Toda e qualquer realidade pode e deve ser analisada a partir de variados recortes ou vieses, a fim de que possa permitir um dimensionamento amplo da verdade em que a mesma se constitui. Assim, por importantes que sejam as análises que têm sido explanadas, através dos meios de comunicação: seja a favor ou contra as reformas que se encontram em tramitação no Congresso Nacional, estas ficam incompletas sem que se inclua um acurado olhar sobre cidadãos e cidadãs: aqueles e aquelas que contribuíram durante anos e anos e, a duras penas, conquistaram seus direitos de usufruto do que plantaram em seus melhores anos de vida.
O heroísmo a que
me referi no título, vale especialmente para os que não fazem parte do seleto grupo de privilegiados que, ironicamente,
recebe bem além do chamado teto máximo, com benefícios que atingem valores
superiores a R$ 30.000,00, como é o caso de políticos que se aposentaram
precocemente.
A grande massa,
cujo valor do benefício é insuficiente para proporcionar condições mínimas de
sobrevivência, ao contrário do que pode parecer à primeira vista, serve ainda
como mola propulsora da economia, contribuindo para que esta continue girando.
Quase a metade do que a grande maioria dos aposentados ganha volta
imediatamente aos cofres públicos na forma de impostos. Antes mesmo de
ganha-lo, o dinheiro já está empenhado para pagamento até mesmo de empréstimos
inevitavelmente contraídos.
Quanto ao item
saúde, dada a precariedade dos serviços públicos disponibilizados à população
de baixa renda, haveria necessidade do concurso de planos privados. No entanto,
o custo de qualquer um deles, com facilidade, absorveria a quase totalidade dos
benefícios recebidos pela maioria dos aposentados.
Se avaliarmos o
peso de responsabilidades que, mesmo depois de aposentados, recaem sobre
cidadãos e cidadãs, no seio de suas famílias e fora delas, com justiça, a
palavra heroísmo se torna pertinente para qualificar a vida cotidiana de
muitíssimos destes e destas.
Postado por José Morelli
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