Quem não se
lembra do programa “Provocações”, na TV-Cultura, apresentado pelo ator Antonio
Abujamra?... A palavra que deu título às entrevistas que fazia não foi
inventada por ele e nem pelo programa, uma vez que o verbo provocar e o substantivo
provocações provieram do velho latim, língua mãe de nosso idioma português:
herança de nossos predecessores no tempo e no espaço.
Vocare, em
latim, é o mesmo que chamar. O prefixo pro se traduz como: em favor de. Palavras
ou situações provocativas possuem a força de mexer com os pensamentos e as
vontades das pessoas instando-as a tomadas de atitudes. Quem tem boa cabeça
para pensar e coração sensível para se emocionar não fica inerte diante de
incisivas provocações.
Acontecimentos
bons e maus podem se constituir como estímulos às decisões. Os primeiros no
sentido de instar-nos a melhorar e os segundos no sentido de impulsionar-nos à
busca de soluções aos problemas. Acredito que o momento histórico em que nos
encontramos é recheado de provocações dos mais variados tipos, exigindo grande
discernimento da parte dos que têm amor próprio e amor àqueles com quem
convivem e formam o próprio país e nação.
À consciência de
cada indivíduo cabem as respostas a serem dadas às questões pessoais. Ao
consenso buscado e encontrado pelas consciências individuais cabem as respostas
necessárias à superação dos problemas que atingem a todos. Quanto maiores os
problemas mais necessidade de diálogo entre os interessados em superá-los.
Se as informações que chegam oficialmente são parciais e não totalmente verdadeiras é mais que necessário que as pessoas ouçam umas às outras, colocando o melhor de si mesmas na transmissão de suas percepções da realidade (de maneira presencial ou remota), sem que a presunção faça de qualquer um sentir-se como exclusivo dono da verdade. As questões em jogo são por demais importantes para que apenas as empurremos com a barriga. As consequências de nossas indiferenças frente às provocações de nosso momento histórico podem levar a situações desastrosas para a presente geração e para gerações futuras.
Postado por José Morelli
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