Boca, laringe, esôfago, estômago e intestino são órgãos do aparelho digestivo. O processo de digestão dos alimentos se dá pela passagem destes, através de cada um dos órgãos mencionados. Ao entrar pela boca, os alimentos são o que são: arroz; feijão; carne; verdura; fruta; doce; salgado... Depois de digeridos, eles se transformam em nutrientes: vitaminas e proteínas que revigoram e dão força e energia às células de nosso corpo. A vida que antes estava nos alimentos passa a estar em nós. Por conta de todo esse processo é que, desde que nascemos, fomos nos desenvolvendo fisicamente... Nossos ossos foram crescendo, nossos músculos se fortalecendo e chegamos ao porte físico em que nos encontramos hoje. A boa digestão aproveita o melhor do que está nos alimentos e dispensa o que não serve.
Digerir é transformar, assimilar.
Esse mesmo verbo é também utilizado para se referir aos pensamentos e ideias.
Estes e estas devem passar por um processo mais ou menos parecido com o que se
dá com os alimentos, na digestão. Nossa mente precisa fazer um trabalho de
confrontar as ideias e os pensamentos novos com outros, já presentes desde
longo tempo, e considerados bons e certos, antes de aceitar e assimilar os
novos, incorporando-os em nossos juízos e avaliações. Barreiras de todos os
tipos se interpõem a eles, colocando-os à prova. Só depois desse processo é que
eles passam a adquirir mais força, transformando-se em convicções.
Somos também, muitas vezes,
obrigados a digerir certos acontecimentos que nos são impostos pela vida. Uns
de mais fácil assimilação, outros cuja aceitação exige grande esforço e boa de
vontade. Fatos que nos são como que enfiados goela abaixo, obrigando-nos a
engoli-los. Ficamos indignados, revoltados até!... Só o tempo e, depois de várias
vezes o termos ruminado, ruminado, à semelhança dos camelos, é que conseguimos
fazer com que se tornem melhor digeríveis, possibilitando que sejam
incorporados à nossa visão de realidade.
Nossa mente pode ser subdividida
em partes. O processo mental de assimilação não é tão simples como poderíamos
talvez imaginar. Apegamo-nos a muitas coisas intelectual e emocionalmente. O
processo de convencimento da totalidade de nosso ser é profundo e exige tempo
para se realizar de forma completa.
Postado por José Morelli