Pequenos e grandes acontecimentos
podem provocar ânimo ou desânimo. Pessoas muito exigentes podem pagar caro o
fato de se constituírem com essa característica. Esperam demais e se
decepcionam facilmente. As trocas entre as pessoas fazem com que estas se
sintam ou para cima ou para baixo. Elogios animam. Ofensas e injustiças
desanimam. Há aqueles também que são movidos a maus tratos. Não se consideram
merecedores de serem gratificados pelos outros. Possuem uma imagem negativa de
si mesmos. Com isso, acabam alimentando mais ódio do que amor para consigo e
para com os outros. Fazem destilar de seus olhares e atitudes mais fel do que
mel.
Pessoas são também sequiosas de
ânimo. Desejam ardentemente se verem bonitas, valorizadas ou aprovadas pelos
outros. Alimentam-se de suas próprias imagens, refletidas nos espelhos que são os
olhares, as palavras, os sorrisos e os bons tratos recebidos de seus
semelhantes.
Compensações. Quando não se pode
ter um bem desejado, compensá-lo com algum outro bem é uma forma de não se
sentir decepcionado consigo mesmo e com a vida. Diz-se que o dinheiro não é
tudo, mas ajuda muito. Com ele, se pode comprar muitas coisas. O ego se infla
projetando-se nas vantagens que o dinheiro pode proporcionar, mesmo sabendo que
ele não é capaz de comprar o mais importante.
No domingo passado, tivemos o dia
principal da Festa do Rosário deste ano, no bairro da Penha em São Paulo. O Largo se enfeitou para receber as
irmandades, as pastorais-afro, os grupos de congadas, moçambiques, marujada,
maracatu, samba lenço e outros que vieram participar das programações do
dia. A apresentação de tantas manifestações culturais, com seus coloridos e
musicalidade, encheram os olhos e os corações dos que ali estiveram. Um evento
preparado para atender aos anseios de uma coletividade especial, que construiu
sua história desde os primórdios da Penha.
A animação dos grupos musicais
contagiou a todos que ali estavam transmitindo-lhes ânimo e coragem para
continuarem a viver. Uma festa de cultura brasileira a partir de suas raízes
europeia, indígena e africana. O viés religioso dos diversos grupos participantes
conduziu-os à igreja para ali fazerem suas orações, através do canto e da dança
no ritmo dos tambores.
A missa celebrada pelo bispo Dom
Eduardo, da Regional Sé da arquidiocese de São Paulo, revestiu-se com elementos
da cultura afro brasileira, expressa nos trajes e nas melodias cantadas no
ritmo vibrante dos atabaques. Ao final da mesma, os reis de 2019, André e
Renata, passaram suas coroas aos reis escolhidos de 2020, Teófilo e Rosângela, cerimônia
coordenada pelo capitão da congada vinda da famosa cidade mineira de Congonhas do Campo.
Postado por José Morelli