quinta-feira, 30 de junho de 2022

Duas vertentes para tratamentos psicológicos

 Num dos programas “Fantástico”, da Rede Globo, o Dr. Dráuzio Varella, tratando do tema sobre crianças autistas, referiu-se às maneiras de como deve ser o tratamento mais adequado desses distúrbios. Destacou de que o ideal é de que haja o concurso de profissionais de diversas áreas da saúde. Ao mencionar a psicologia, salientou que a forma mais eficaz é obtida através da abordagem comportamental.  Em seguida, foram mostradas imagens de uma clínica especializada nesse tipo de abordagem, acompanhadas de exemplificações de como são efetuados esses tratamentos tanto nas clínicas como nas famílias.

A abordagem comportamental tem como vertente as manifestações corporais/comportamentais. A partir da observação concreta dos comportamentos a serem modificados, são construídas estratégias de mudanças. Trata-se de uma metodologia que parte do externo, buscando modificar estruturas internas de funcionamentos mentais, neurológicos e emocionais. Desse primeiro ponto de vista, novas técnicas se desdobraram, nas quais o trabalho corporal se torna âncora para introspecções que ajudam na estruturação de mecanismos mentais.

A segunda vertente, ao contrário da primeira, parte do interno para o externo: do funcionamento da mente para as manifestações corporais e de atitudes.  Da mesma forma como, para alguns tipos de distúrbios, a abordagem mais eficaz é a comportamental, assim também, para outros, a abordagem mais indicada é aquela que parte da análise das manifestações internas. A psicanálise, cujo precursor foi o psiquiatra e pesquisador Dr. Sigmund Freud, desenvolve técnicas para desvendar e modificar comportamentos a partir de intervenções diretamente voltadas às manifestações do pensamento em suas várias instâncias.

O aprofundamento científico dos problemas relacionados à saúde permitem visões mais amplas das possibilidades de tratamento. Em alguns, há a necessidade de utilização de medicamentos e de tecnologias; enquanto que, em outros, o tratamento tem como base o contato pessoal com um mínimo de outras intermediações.  

Postado por José Morelli

 

sexta-feira, 10 de junho de 2022

Quando palavra vira palavrão

 Em casa onde falta pão, ninguém tem razão”. A sabedoria popular, desde tempos idos, criou este provérbio. Por sinal, nesta semana que está terminando, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou novos dados que apontam para um crescimento, ainda maior, das desigualdades sociais e econômicas no Brasil. A distância entre os que mais têm e os que menos têm se tornou mais pungente (aguçada, penetrante, pontiaguda). Situação propícia para o recrudescimento de divergências nas quais, com facilidade, palavras viram palavrões e palavrões viram palavras. Nas redes sociais pululam mentiras e agressões das mais diversas mediante utilização de estereótipos.

Felizmente, os desafios históricos também instigam boas ideias, inspiradoras de caminhos mais claros à construção de entendimentos que ultrapassam ao óbvio das palavras, amplificando- lhes os significados. Foi nesse sentido que registrei dois pequenos textos de um cidadão penhense, empresário tradicional que, em vez de ignorar as dificuldades, prefere abordá-las aprofundando-se nos sentidos das palavras que as expressam.  O primeiro texto alerta para o seguinte: “Quem fabrica armas, quer guerra - Quem vive de juros, quer crises - Quem vende proteção, quer insegurança – Quem oferece limpeza, quer sujeira – Quem promete melhorias, quer dificuldades – Quem dá informações, precisa de caos”. Em síntese, os contrários necessitam-se uns dos outros.

O segundo texto diz: “Ser de direita, obviamente, não significa não ser canhoto, muito menos direito nas próprias condutas, viver com ética, ser melhor, ser mais bem informado, ser honesto, ser protegido pela lei ou também que seu emprego, sua empresa ou seu negócio está livre das crises econômicas que um mau governo cria. Então, antes de dizer que se é de direita ou de centro ou de esquerda é bom pensar no que é melhor para todos, sem distinção de cor, gênero, religião ou situação econômica”.

Estamos todos num mesmo barco. As coisas boas tendem a se propagar da mesma forma como as coisas ruins, também, tendem a se propagar. Cedo ou tarde, todos acabam por serem atingidos pelos respingos, sejam das coisas boas que acontecem sejam das coisas ruins.

Postado por José Morelli

 

 

Sinais dos tempos

 Nosso mundo pode ser o mesmo, desde que começou a ser habitado pelos humanos. A natureza que nele viceja pode apresentar diferenças, em suas manifestações. Os tempos, porém, em cada novo momento, inspiram novos significados, novas sinalizações, de acordo com as circunstâncias que, inexoravelmente, vão deixando suas marcas. Quantas diferenças podem ser percebidas entre uma década e outra, entre uma geração e outra.

Nestes últimos anos, as mudanças tecnológicas têm revolucionado a vida das pessoas. Cada vez mais, elas vêm interferindo diretamente no dia a dia dos indivíduos e da sociedade em seu todo. O imperativo de inovar tem levado a uma corrida entre aqueles que promovem esse processo, que se dá em escala global.

O acesso ao estudo é um direito de todos, desde à infância até às etapas mais avançadas. É evidente que essa democratização implica em mudanças profundas nas maneiras como acontecem as relações interpessoais. Enquanto alguns problemas são solucionados, outros são criados ou mesmo multiplicados.

Quem é avô ou avó, nos tempos atuais, pode se perguntar: “Será que meus avós sentiram por seus netos ou netas o mesmo que eu sinto pelos meus, hoje: essa sensação mágica de encantamento que nem eu mesmo consigo entender direito, como é...?” Num passado não tão distante, as famílias eram bem maiores. Os avós tinham que dividir atenção e afeto com um número maior de netos e netas. Aí, os avós de hoje podem, mais uma vez, perguntar: “Será que o fato de terem tido tantos netos e netas fizeram com que eles pulverizassem seus sentimentos e suas percepções?... O amor, necessariamente, não só se divide, mas pode até mesmo se multiplicar?...”

Incorporar as circunstâncias do momento presente, interpretando-as em seus sinais, é o desafio a ser enfrentado por toda essa nossa geração presente. Só assim é que poderemos contribuir, mais eficazmente, à construção de nós mesmos e do mundo que nos cerca.

Postado por José Morelli