Cada indivíduo é único, funcionando física, mental e emocionalmente com seu jeito próprio de ser. O preço de ser quem é e como é, exige sempre algum pagamento a ser feito. O DNA herdado, somado às contingências históricas, vivenciadas desde o útero materno, se constituem como condicionantes para o desenvolvimento das maneiras próprias de cada um de nós, na condição de pessoa única (e una), inconfundível na própria realidade em que nos constituímos.
A beleza da vida humana se
encontra na possibilidade desta se recriar, na medida em que se confronta com
novos desafios. A constatação, o reconhecimento das próprias limitações e
dificuldades, associado ao inconformismo frente às perdas indesejáveis que
estas acarretam, pode ser entendido como oportunidade que a vida dá (à
semelhança de uma bola levantada na frente do gol), a fim de que marquemos não
apenas um, mas muitos gols.
Mesmo que, como diz o provérbio
popular: “quem segue aos seus não degenera”, ainda assim, a reprodução dos
comportamentos apreendidos não é suficiente para o atendimento das constantes demandas
do presente. Estas são sempre revestidas de alguma dificuldade nova e
necessitam de novos e novos aprendizados, a fim de que se ampliem nossos repertórios
de respostas a serem dadas em cada situação.
Quem, por medo de aventurar-se,
busca os caminhos mais batidos, inevitavelmente acabará por capitalizar perdas
irreparáveis em sua trajetória de vida. Quem, por dificuldade de se reconhecer
em suas características próprias pessoais, familiares e antropológicas, recusando-se
a identificar-se com os padrões herdados e adquiridos na própria história compartilhada
de vida, acabará também por construir-se de maneira insatisfeita, negando-se a
si mesmo felicidade e realização.
Postado por José Morelli