sábado, 16 de março de 2019

Namoro das maritacas

Da janela dos fundos de casa ainda é possível ver uma paisagem relativamente ampla, comparada com a que sobrou no lado oposto (aquele que é o da entrada da casa). O vale que se descortina ao fundo compreende parte da Rua Pércio de Azevedo. À direita, são vistos alguns prédios do centro histórico da Penha: alguns mais próximos ao antigo santuário e, outros, ao Largo do Rosário. Mais à esquerda, a basílica é vista em sua parte de trás, segundo minha opinião, um verdadeiro presente para os olhos, uma vez que sua arquitetura apresenta-se com um conjunto mais rico em detalhes e com mais harmonia do que sua parte fronteiriça. As duas subidas da Pércio, tanto para o lado da basílica como para o lado da rua Betari, possuem boa quantidade de árvores, ainda. Toda essa área recebe a incidência matinal da luz do Sol, que nasce do lado oposto desde os confins da zona leste.  

É nesse cenário que, nestes primeiros meses do ano, se apresentam em bandos as festivas maritacas. Com suas plumagens predominantemente verdes, de tamanho pouco menor do que os papagaios, essas aves ainda mesclam suas penas com tons cinza e vermelho. De acordo com informações colhidas no Wikipédia do Google, o nome maritaca provém do tupi e significa “coisa ruidosa”, “barulhenta”.  Outra informação coletada nessa mesma fonte é de que as maritacas costumam voar em bandos de seis a oito indivíduos. Quando há muita comida à disposição esses bandos podem ser formados de até cinquenta aves. 

Embora o período de reprodução das maritacas ocorra nos meses de agosto a janeiro, cuja incubação dos ovos seja de 23 a 25 dias, ainda assim podem ser observados vôos e permanência de casais, em conversas ruidosas e mesmo em afagos, sobre beirais de casas ou sobre os fios dos postes da rua.

As maritacas compõem com a natureza em seu todo. Não dá para dizer que sejam discretas em suas manifestações; muito pelo contrário. Parecem querer chamar a atenção para tudo o que fazem. Exibem-se em seus vôos. Os ruídos que produzem não as deixam passar desapercebidas. Até no namoro são centradas e descontraídas.

No Wiki Aves se encontra a afirmação de que “os mais velhos e os habitantes da zona rural conseguem fazer uma distinção clara entre as diversas espécies e sabem diferenciar uma maritaca de um periquitão e de um periquito”. Mesmo que o cidadão urbano viva fascinado pelos avanços tecnológicos, ainda é saudável , para que possa se desenvolver física e psicologicamente, que não deixe de observar e de se inspirar na natureza que, de forma tão espetacular, insiste em chamar-lhe a atenção.

Postado por José Morelli



segunda-feira, 11 de março de 2019

Alegria e felicidade de vivermos em nosso bairro

Nossa primeira casa é o corpo que nos serve como abrigo de nossa energia vital. Vivemos nele e dele dependemos para interagirmos com o meio em que existimos e nos movimentamos. De nosso corpo devemos saber exaurir toda alegria e felicidade possíveis, em cada fase de nossa vida.

Nossa segunda morada é aquela em que habitamos, passando grande parte de nossos dias. Por ela somos abrigados e protegidos das intempéries. Da forma como seja nossa casa, simples ou sofisticada, dela também devemos saber extrair a máxima satisfação que ela pode nos proporcionar, juntamente com aqueles que nos são queridos e próximos, em cada instante.

Nossa terceira casa é o bairro que dividimos com tantos e tantos outros, com os quais compartilhamos nossa vizinhança e contemporaneidade. Ele se constitui como chão em que pisamos com nossos pés, direcionando-nos para onde quisermos. Dentro dos limites geográficos em que se insere, é identificado com o nome com que é reconhecido. Em nosso caso específico, chamamo-lo de PENHA DE FRANÇA.

Com nosso bairro estabelecemos uma relação de amor e de ódio. Amamos o que nele e dele gostamos e odiamos o que nele e dele não nos agrada. Envidamos esforços para que o primeiro (positivo) seja otimizado e o segundo (negativo) minimizado.

Celebramos, com alegria e felicidade, nosso corpo e nosso ser inteiro no dia em que comemoramos mais um ano de vida. Devemos, igualmente, celebrar com alegria e felicidade toda vez que dotamos nossa casa com alguma melhora em suas condições de convívio e de acolhimento. Por fim, faz bem ao nosso corpo e à nossa alma compartilharmos, com alegria e felicidade, da celebração de nosso bairro, quando este é enaltecido em sua história, expressas nos sinais deixados por seus caminhos percorridos no tempo.

Sinais materiais e imateriais, referências do passado vivido por nossos antecessores, podem ser identificados e, devidamente, valorizados e preservados. Tal valorização não significa que a preservação dos mesmos sirva ao congelamento de sua utilização e desenvolvimento de seu entorno; muito pelo contrário, acoplados ao novo e ao tecnológico, ambos podem ganhar ainda maior expressividade, inclusive do ponto de vista de valorização mercadológica, como acontece em vários países da Europa, principalmente.  

Postado por José Morelli