sábado, 29 de setembro de 2018

Papel da psicoterapia

Quem procura um psicólogo ou psicóloga espera ser ajudado na superação ou diminuição de intensidade de problemas, que dificultam ou impedem seu bom desempenho humano, mental e emocional. Mesmo que, historicamente, a psicologia terapêutica tenha se institucionalizado a menos de dois séculos, esta tem sido aprofundada em seus estudos, contando com os grandes avanços das metodologias científicas desenvolvidas nos últimos anos. A medicina convencional seguiu caminhos diferenciados no Ocidente e no Oriente. 

As tradições criadas por esses dois modelos marcaram os modos de pensar e de se comportar das pessoas no mundo todo. O diálogo científico tem permitido avanços de conhecimentos em vários sentidos. A facilidade dos meios de comunicação tem ajudado a romper as barreiras impostas pelas distâncias, permitindo aprofundados intercâmbios de informações. As culturas estão se misturando e recriando novos entendimentos e modos de sentir, modificando comportamentos nas pessoas. 

Os chamados distúrbios psicológicos costumam se manifestar através de sintomas, alguns deles diretamente relacionados a conflitos mal resolvidos, outros a manifestações corporais chamadas de somatizações. Conflitos existenciais podem dar origem a sintomas físicos que funcionam ou não como “pistas” para o desvendamento de suas causas, dependendo da resistência que cada indivíduo mobiliza no sentido de se proteger e de se preservar na própria imagem. 

O papel da psicoterapia é mediar o relacionamento entre o psicólogo e o paciente. O contato deve ser pessoal. O empenho precisa se revestir de boa vontade e de coragem no enfrentamento da realidade. Como acontece no dia a dia de qualquer pessoa ou sociedade, o medo é mal conselheiro e não ajuda no desenvolvimento quer individual, quer coletivo. Deixar-se dominar por ele, apenas retarda a solução dos problemas que dificultam a expansão da alma e do corpo. 

O psicólogo e escritor americano Carl Roger dizia que “todo relacionamento autêntico é terapêutico”. Sem dúvida, que ele entendia que essa autenticidade se iniciava no relacionamento de cada indivíduo consigo mesmo. Perder o medo de se ver na própria história e em seus desdobramentos é o que dá firmeza na construção, em que nos constituímos. 

Postado por José Morelli

domingo, 23 de setembro de 2018

Empatia

“Tendência para sentir o que se sentiria caso estivesse na situação e circunstâncias experimentadas por outra pessoa”. Assim define o Dicionário “AURÉLIO” a palavra empatia. Acontece de algumas pessoas confundirem essa palavra por outra parecida com ela: simpatia. Os sentidos dessas duas palavras são diferentes e não se confundem. Outra explicação do que é empatia é dizer que se trata de uma capacidade de ver através dos olhos da outra pessoa. A sintonia de sentimentos é que permite essa percepção, em que a intuição se torna extremamente aguda e penetrante envolvendo a realidade do outro em grande abrangência.

A empatia pode ser recíproca. Duas pessoas podem manter um relacionamento tão intenso, que lhes permite o desenvolvimento desse tipo de percepção mútua. Não é preciso que expressem através de palavras seus pensamentos e sentimentos. Uma entende a outra apenas pela observação do olhar ou do tom da voz ao telefone.

Quando ouvimos a respeito de algum acidente, acontecido do outro lado do mundo, envolvendo pessoas das quais pouca ou nenhuma afinidade temos quase não nos impressionamos. Porém, quando acidente semelhante acontece com pessoas que nos são próximas ou conhecidas, imediatamente nos colocamos no lugar delas, sentindo o acontecimento com maior intensidade.

A sensibilidade para com problemas sociais da comunidade ou do país em que vivemos pode, também, ser entendida como uma espécie de empatia (social ou cidadã). O país, na verdade, é tão grande em seu tamanho e possui necessidades tão imensas e de inúmeros aspectos. Contribuir, na medida da própria capacidade, a essas necessidades é uma tarefa que exige vontade firme, coragem, conhecimento e informação confiável, bem como intenções políticas da parte dos governantes e das elites poderosas.

A empatia é sensível à felicidade e à tristeza. A empatia é um contágio, passando de um para outro, podendo se transformar em um sentimento social generalizado. Se não conseguimos escapar de sofrermos com os que sofrem, praticaríamos uma injustiça conosco mesmos, se não nos deixássemos influenciar, também, pela felicidade e alegria daqueles e daquelas que se encontram felizes e se alegram com a própria vida.  

Postado por José Morelli

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Dinâmica pessoal

Pessoal (personalizada), que traz nossa própria assinatura ou nossa própria marca registrada (DNA). Reconhecemo-nos e devemos ser reconhecidos no que somos e na maneira como funcionamos, isto é, em nossa dinâmica pessoal, na energia que flui e impulsiona nosso ser físico e mental.  Dinâmica que se constrói constantemente, emergindo a partir das demandas internas e externas. Assistimo-nos vivendo nossa própria dinâmica e assistimos à dinâmica dos que conosco vivem e convivem.
À semelhança dos astros e estrelas que perfazem suas trajetórias no espaço sideral; assim também nós nos influenciamos uns aos outros, ao mesmo tempo em que cumprimos nosso papel pessoal na grande sinfonia da existência humana: terráquea e cósmica.

As dinâmicas pessoais de cada um de nós dialogam umas com as outras. No âmbito interno de nosso próprio organismo, as dinâmicas das diversas partes em que nos constituímos também estabelecem diálogos que impulsionam trocas recíprocas entre as mesmas.   O que nossos olhos veem estimula o funcionamento de nosso cérebro que, por sua vez, completa o circuito promovendo o comando à movimentação daqueles para outras direções.  De modo parecido, esse mesmo diálogo acontece entre nossas fantasias, sensações e sentimentos.

Vivemos um momento histórico incrível em todos os sentidos: do máximo ao mínimo. A certa parcela da população mundial é dada a possibilidade de usufruir os mais sofisticados avanços tecnológicos e de confortos que podem proporcionar-lhe grande bem estar, enquanto que a outras parcelas nem o necessário lhes é possibilitado ter. A consequência disso implica em dinâmicas pessoais extremamente diferenciadas. Embora continuemos humanos por natureza, precisando comer, beber, vestir e manter-nos higienizados e protegidos minimamente isso não significa que tais necessidades venham sendo atendidas da forma como o deveriam ser. Cem milhões de brasileiros ainda não podem contar nem com uma infraestrutura básica de saneamento em suas casas.  

O planeta Terra possuiu estruturalmente as condições necessárias de proporcionar a cada nova geração o necessário à sua permanência e desenvolvimento. Com inteligência, criatividade, capacidade artística e outros dons os humanos construíram obras admiráveis que atraem milhões de turistas a diversas partes do mundo. A boa convivência entre indivíduos e coletivos, no entanto, é o teste mais desafiador de todas as gerações, da que estamos fazendo parte, especialmente.

Postado por José Morelli                              


quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Natalício de Maria

Da palavra “natal” deriva o termo “natalício” que é o mesmo que “aniversário”: comemoração do término de um ano a mais de vida e início de um novo ano.  No dia 15 de agosto passado a tradição católica recordou a Assunção de Maria (final de sua vida terrena). Com leituras bíblicas do Antigo e do Novo Testamento, a liturgia mostrou a importância desta mulher, cuja missão foi a de ser o elo humano que uniu e une Jesus à humanidade e a toda obra criada em sua grandiosidade temporal e espacial. No livro do Apocalipse de São João, Ela é descrita trajando um manto brilhante como o sol, tendo na cabeça uma coroa com dozes estrelas e sob os pés a lua. Um dragão em fúria ameaçava-lhe subtrair o filho recém-nascido. Coube-lhe o papel de protege-lo esmagando, com seus pés, a cabeça da serpente, conforme já havia sido pré-anunciado no Livro do Gênesis (Gn 3,15). 

A cada ano, no dia 8 de setembro, a liturgia reinicia a contagem da história de vida de Maria a começar pela celebração de sua natividade (natalício). Nesse dia, de seu aniversário, a Penha comemora também a festa de sua padroeira: Maria, sob o título de Nossa Senhora da Penha. O documento em que consta a existência da primitiva capela da Penha é de 11 de fevereiro de 1667. Para comemorar o aniversário do bairro deveria ser escolhido um dia que melhor o pudesse representar. No mês de setembro também a Penha foi elevada à condição de Freguesia pela rainha Dona Maria I, de Portugal. Isso se deu através do documento por ela publicado no dia 15 de setembro de 1796. A convergência de tantos acontecimentos ocorridos no mês de setembro, levou ao consenso de que o dia 8 seria o mais adequado à essa comemoração. Portanto, até que não se encontre outro documento mais antigo do que esse, a Penha está comemorando 351 anos de existência histórica. 

Quando o historiador, Dr. Sylvio Bomtempi, escolheu um título para seu livro sobre o bairro penhense entendeu que o nome “Penha Histórica” seria condizente com a condição de historicidade que o lugar possui, tendo em vista a quantidade de documentos disponíveis a seu respeito. Essa peculiaridade histórica do bairro se expressa também nos edifícios que lhe foram reconhecidos como patrimônios histórico-culturais pelos órgãos de preservação do município e do estado de São Paulo: a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos da Penha de França; o Colégio Santos Dumont; O Ginásio Estadual Nossa Senhora da Penha. No início de 2018, no dia 26 de fevereiro, o Compresp decretou o tombamento do Centro Histórico da Penha. A partir de então, leis especiais regem o uso desse espaço no sentido de manter-lhe sua qualidade de bem histórico a ser preservado e desenvolvido. 

A iconografia da Penha começa com a chegada da imagem de Nossa Senhora da Penha que, hoje, se encontra no altar mor da Basílica da Penha, talvez trazida para cá antes mesmo da edificação da primeira capela. Ela é entalhada na madeira e possui toda originalidade que lhe deu o artista que a confeccionou. Uma de suas características é a de trazer em seu braço esquerdo a pessoa do Menino Jesus. Essa é sua missão. Da mesma forma é a iconografia de Nossa Senhora do Rosário e da imagem de São Benedito, ambas encontradas na Igreja do Rosário. Essas três images possuem como característica comum trazerem Jesus nos braços. Os santos são a prova do Amor de Deus para com os homens e mulheres de todos os tempos e lugares. Os santos comprovam que a obra de Deus não fracassou e não irá fracassar nunca. Essa é a razão que temos para festejar, entendendo que a vida vale à pena e que, como diz o cancioneiro popular brasileiro: “desesperar jamais” (Ivan Lins).

Do livro por mim publicado “Penha de França – Expressões do Rosário”, em edição primorosa, aqueles que desejarem adquiri-lo poderão fazê-lo a preço promocional de 50,00 reais, nos seguintes pontos de venda: Basílica da Penha; Casa Morelli de Bolsas; Penhita Modas; Pop Flores e Igreja do Rosário.  

Postado por José Morelli