quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

"De medo de morrer, não viveu!"

 Medo se contrapõe a coragem. Esta é capaz de apostar mais na força da saúde, enquanto que o medo é mais vulnerável e sensível ao poder da dissociação da doença e da morte. Por efeito do medo, o corpo e o espírito se encolhem. Por efeito da coragem, ao contrário, o corpo e o espírito se expandem, podendo ultrapassar-se em seus limites, chegando a lugares e situações nunca antes alcançados.

A mãe que teme exageradamente pela sobrevivência do filho, impede-o de desafiar-se e de expandir-se em suas potencialidades. Com isso, causa-lhe um grande prejuízo que é o de não deixa-lo crescer e tornar-se um ser adulto autônomo. Para assegurar-se de mantê-lo preservado faz com que sua vida pessoal e social permaneça pequena, circunscrita tão somente aos limites da própria casa e do grupo familiar a que pertence.

Por detrás de cada atitude humana reside sempre um modo de pensar (conceituar) e de sentir a existência de si e dos outros. Visões objetivas são capazes de reconhecer o que existe de positivo e o que existe de negativo nas pessoas e na vida em geral. Num mundo onde se acentuam situações extremas, enquanto uns se arriscam expondo-se a riscos num número crescente de esportes radicais, outros se fecham em copas não se atrevendo nem a levantarem os olhos para verem e encararem o que se encontra diante deles.

O fato de possuir um convênio médico de qualidade pode ser um fator positivo no cuidado com a saúde pessoal e familiar. Um equilíbrio na utilização dos recursos por ele oferecidos ajuda, tanto na saúde física como na saúde psíquica daqueles que podem contar com tal assistência. No entanto, a facilidade de acesso às consultas médicas, exames de todos os tipos, tratamentos e cirurgias pode induzir a excessos.

Entrar na engrenagem de preocupações neuróticas, desacreditando totalmente de si e da própria capacidade de manter-se sadio constitui-se como um perigo real. Inconscientemente, essa condição de maior poder que os outros faz com que o indivíduo sinta o ego massageado quando fala, com propriedade e conhecimento de causa, sobre médicos, tratamentos, remédios. Os assuntos de pessoas assim preocupadas, invariavelmente, passam a girar em torno do tema da insegurança gerada pelas doenças. Assuntos mais leves e descontraídos deixam de fazer parte das conversas, substituídos por estórias infindáveis sobre doenças, tratamentos e remédios.

Postado por José Morelli

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