terça-feira, 13 de agosto de 2024

"Quanto pior, melhor!"

Quem é inimigo ou adversário costuma apostar no “quanto pior, melhor”. Um exemplo de uso desse tipo de argumento ocorreu quando da acusação, feita pelo ex-presidente George Bush, dos Estados Unidos, à Saddan Hussein, de que este vinha produzindo armas químicas de destruição em massa em seu país. Seu objetivo era o de influenciar a opinião pública mundial para que desse apoio aos bombardeios que faria contra o Iraque.

Essa mesma tática pode ser observada, como uma espécie de perversidade, em instituições, empresas, partidos políticos, agremiações esportivas, famílias, indivíduos. No futebol, dirigentes e torcedores de um time que vai jogar com seu maior rival, numa rodada seguinte, e presenciam o próximo adversário receber cartões vermelhos, que o desfalcam de seus melhores jogadores, se alegram e comemoram a piora das condições de seu adversário e que lhe dão maiores chances de vitória, no jogo que deverão disputar.

O chefe que não alerta seu funcionário quanto aos erros que este vem cometendo, por inadvertência ou falta de informação/orientação aposta no pior, a fim de facilitar o processo de sua demissão por parte da empresa. Age de maneira semelhante, o marido ou a mulher que se cala diante das “mancadas” do companheiro ou da companheira. Procedendo assim, permite que o pior prospere sem se dar conta de que também passa a ser responsável por isso. Tal silêncio é utilizado como uma estratégia que visa justificar posições extremas, no sentido de justificar-se “lavando as mãos da responsabilidade”.

Pelo que se costuma dizer: toda regra tem exceção e que, esta, serve como confirmação da regra. Nem sempre a permissão de ocorrência do pior tem em vista a destruição total de quem o pratica. Há ocasiões em que o objetivo desta é semelhante ao uso de um remédio forte, que pode até mesmo ter efeitos nocivos, mas não deixa de ser o único que ainda tem o poder de promover uma cura definitiva. É o caso daqueles dependentes do álcool ou das drogas que só se tocam chegarem ao “fundo do posso”. Parentes e amigos precisam apostar nesse pior, na expectativa de que, deste, surja um bem maior que é o da conscientização do dependente, no sentido de mudar radicalmente sua atitude frente ao vício. 

Postado por José Morelli

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