Quem é inimigo
ou adversário costuma apostar no “quanto
pior, melhor”. Um exemplo de uso desse tipo de argumento ocorreu quando da
acusação, feita pelo ex-presidente George Bush, dos Estados Unidos, à Saddan
Hussein, de que este vinha produzindo armas químicas de destruição em massa em
seu país. Seu objetivo era o de influenciar a opinião pública mundial para que
desse apoio aos bombardeios que faria contra o Iraque.
Essa mesma tática
pode ser observada, como uma espécie de perversidade, em instituições, empresas,
partidos políticos, agremiações esportivas, famílias, indivíduos. No futebol, dirigentes
e torcedores de um time que vai jogar com seu maior rival, numa rodada seguinte,
e presenciam o próximo adversário receber cartões vermelhos, que o desfalcam de
seus melhores jogadores, se alegram e comemoram a piora das condições de seu
adversário e que lhe dão maiores chances de vitória, no jogo que deverão
disputar.
O chefe que não
alerta seu funcionário quanto aos erros que este vem cometendo, por inadvertência
ou falta de informação/orientação aposta no pior, a fim de facilitar o processo
de sua demissão por parte da empresa. Age de maneira semelhante, o marido ou a mulher
que se cala diante das “mancadas” do
companheiro ou da companheira. Procedendo assim, permite que o pior prospere sem
se dar conta de que também passa a ser responsável por isso. Tal silêncio é
utilizado como uma estratégia que visa justificar posições extremas, no sentido
de justificar-se “lavando as mãos da responsabilidade”.
Pelo que se costuma dizer: toda regra tem exceção e que, esta, serve como confirmação da regra. Nem sempre a permissão de ocorrência do pior tem em vista a destruição total de quem o pratica. Há ocasiões em que o objetivo desta é semelhante ao uso de um remédio forte, que pode até mesmo ter efeitos nocivos, mas não deixa de ser o único que ainda tem o poder de promover uma cura definitiva. É o caso daqueles dependentes do álcool ou das drogas que só se tocam chegarem ao “fundo do posso”. Parentes e amigos precisam apostar nesse pior, na expectativa de que, deste, surja um bem maior que é o da conscientização do dependente, no sentido de mudar radicalmente sua atitude frente ao vício.
Postado por José Morelli
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