O bebê que sofreu uma forte rejeição desde o útero materno, pode apresentar mais tarde uma série de sintomas que irão prejudicar o desempenho de funções importantes de sua vida. Essa rejeição se constitui como uma experiência traumática que faz criar bloqueios à fruição da energia, necessária ao bom desempenho de atividades fundamentais para a realização pessoal/familiar, profissional e social do indivíduo quando chegar à adolescência, juventude e fase adulta.
No útero, o bebê
participa das emoções positivas ou negativas da mãe e, através dela, do
ambiente em que vive. A adrenalina que é lançada em sua corrente sanguínea
circula, também, no corpo do bebê. Este não tem como evitar esse intercâmbio,
permanecendo exposto aos prazeres ou incômodos, provocados pelas fortes emoções
vivenciadas por sua mãe. A intensidade de sentimentos de rejeição pode promover
até mesmo deformações físicas no feto. Na tentativa de se proteger e guardar, seus
músculos se voltam para dentro, comprometendo a boa formação de alguns ossos
como, por exemplo, os dos pezinhos.
O sentimento de
rejeição cria dificuldades para o relacionamento interpessoal. O indivíduo o
carrega como uma marca registrada, um sinal de inadequação e de incômodo, que
compromete o bom desenvolvimento de seu sistema nervoso e de seu sentido de
presença no mundo. Na medida em que a criança cresce e se desenvolve física e
psiquicamente, essas dificuldades vão recebendo significados mentais, no que
diz respeito a si e aos outros. As culpas dos próprios insucessos ou são
atribuídas a si mesmo ou às incompreensões dos outros. Situações corriqueiras
se transformam em dramas ou mesmo em tragédias.
Tem condições de
dar amor quem o tem. Quem não o recebeu, como pode dá-lo aos outros? Para
ajudar uma pessoa que sofreu uma forte rejeição desde o nascimento somente
proporcionando-lhe significativas vivências de amor é que as marcas deixadas
por esse sentimento negativo poderão ser atenuadas pouco a pouco. Não se trata
de uma tarefa fácil evidentemente, mas de uma reconstrução sobre ruínas, tijolo
por tijolo, pedra por pedra. A argamassa que os liga uns aos outros deve conter
o sentimento de aceitação ou de amor, oposto ao de rejeição. Só assim, tudo
aquilo que havia sido associado ao negativo passa a receber outro significado
com sentido construtivo e agregador.
Dessa mesma
forma, o preconceito que exclui do convívio social grupos de pessoas, por conta
de algumas características que as identificam, precisa de vivências,
acompanhadas de bons sentimentos, para que este possa ser superado e
transformado.
Postado por José Morell
Nenhum comentário:
Postar um comentário