“Quem tem telhado de vidro, não atira pedras no do vizinho”:
óbvio não!... principalmente quando esse axioma foi criado, pois naquele tempo
ainda não havia vidros que não fossem inquebráveis. Hoje existem até os que
resistem até mesmo a balas de poderosos calibres. No entanto, a idéia expressa
no provérbio foi, é e sempre será de grande utilidade para um melhor
entendimento da vida do cotidiano das pessoas e da sociedade. Não há quem não
tenha algum “telhado de vidro”, alguma vulnerabilidade com que se ocupar e
se preocupar... senão por conta própria, por conta de alguém próximo com quem
se relacione ou vincule.
Telhado, em sentido próprio, se aplica às casas. Em sentido
figurado, pode significar outras coisas e até mesmo as próprias pessoas, por
tudo o que delas faz parte. É da condição da espécie humana possuir qualidades
e defeitos. Essas mesmas qualidades não são ilimitadas, assim como também os
defeitos não o são, graças a Deus. Deslizes acontecem e deles não há quem possa
dizer que esteja livre de praticá-los. Uma pequena desatenção pode ocasionar um
acidente qualquer, de pequenas ou de grandes proporções. Ninguém está livre de
provocá-los. Daí que, certa tolerância e compreensão entre os que convivem mais
proximamente são indispensáveis para o bem viver dos grupos familiares ou de
outros tipos de associações humanas.
No âmbito doméstico, vale esta sabedoria. A realidade de vida com que o doméstico convive, além dos muros que o circundam, também se fundamenta na condição humana. A sociedade, em seu todo, soma as qualidades e os defeitos (virtudes e pecados) de todos os indivíduos (homens e mulheres) que a ela pertence. Sociedade organizada versus crime organizado. À primeira, se associam mais virtudes do que defeitos, à segunda, se associam mais crimes ou pecados do que virtudes. O emaranhado de ligações existente entre indivíduos e instituições é um complicador a mais na difícil tarefa de julgar os comportamentos humanos. Na política então, o que não faltam são telhados de vidro dos mais diversos formatos e coloridos. Como cidadãos, com direito de escolher aqueles que nos devem representar perante o poder constituído, temos a obrigação de avaliar e julgar aqueles que se apresentam como candidatos. Devemos preparar-nos o melhor possível para fazê-lo bem.
Postado por José Morelli
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