Enquanto a boquinha do bebê se volta, sôfrega, na direção do mamilo de um dos seios de sua mãe, seus dedinhos, de ambas as mãos, tocam delicadamente a pele desse mesmo seio, um espetáculo de se ver e de se emocionar dada a grandeza de seu significado. Registros dessas ações, através da sensibilidade e do olhar, chegam ao cérebro do bebe e da mamãe e vão sendo registrados nos respectivos arquivos do subconsciente de ambos, ali permanecendo pelo resto de suas vidas.
Das formas mais
variadas, o imaginário de todo e qualquer ser humano foi marcado por tais
lembranças. Elas se encontram latente e podem ser resgatadas a qualquer
momento, trazendo de volta a experimentação das sensações que permaneciam e
permanecem impressas na alma de cada pessoa, na sua individualidade.
O leite materno
é, dentro da capacidade humana, o responsável por um dos processos mais
dinâmicos do crescimento da massa corporal dos bebês. É ele que, como
alimentação exclusiva, não só permite o desenvolvimento físico de cada membro e
de órgãos internos como também de suas respectivas capacidades energéticas,
indispensáveis ao seu funcionamento.
De acordo com a
história contida na Bíblia: Palavra de Deus revelada, Maria de Nazaré, a Mãe de
Jesus, amamentou com o leite destilado de seus seios, o Filho de Deus feito
homem, possibilitando-lhe que seu corpinho crescesse e se desenvolvesse. Baseando-se
nessa fé, foi assim que, neste último domingo, o Largo do Rosário, localizado
no centro do bairro da Penha, serviu como palco a grandes manifestações de
cunho religioso e cultural. No aconchego formado pelos muros de arrimo que
cercam o largo e a igreja que o completa como braços abertos, a multidão que
ali se encontrava vivenciou expressões de profundos significados.
Na pessoa de Maria,
Deus se revela também como Mãe da humanidade, necessitada do amparo nas
vicissitudes da vida cotidiana de cada pessoa. De forma semelhante ao da Mãe de
Jesus, no período do Brasil escravocrata, os seios maternos das mães pretas,
amamentavam os filhos dos senhores brancos, muitas vezes, com prejuízos de seus
próprios filhos.
Postado por José Morelli
Assim, que um
dos momentos mais emocionantes, vivenciados durante a missa campal no Largo,
foi aquele em que todos entoaram um cântico no qual a pleno pulmões diziam: “Ei
Mamãe! Abraça eu, mamãe! Embala eu, mamãe! Cuida de mim!...” Na simplicidade da
linguagem popular, a clareza do sentido desse canto marcou a importância da
mensagem que nele vem contida.
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