Na próxima quarta-feira, o bairro da Penha de França estará comemorando 200 anos de um acontecimento histórico muito especial. Foi no final da tarde do dia 24 de agosto de 1822 que a Comitiva do Príncipe Regente, Dom Pedro de Alcântara, estando a caminho da Vila de São Paulo de Piratininga, chegou à então Freguesia da Penha. Aqui ele pernoitou num casarão próximo à antiga matriz, local onde se encontra hoje a Agência do Banco do Brasil.
Ainda no dia 24, Dom Pedro instalou o Paço
Imperial para que pudesse assinar e, em seguida, encaminhar através de
mensageiros, alguns documentos oficiais, dentre os quais ordens às autoridades
da Vila para que prendessem algumas pessoas, inimigos políticos, que muito
provavelmente iriam preparar manifestações contrárias à sua presença. O
pernoite na Penha era estratégico tendo em vista a distância de poucas léguas entre
esta e a Vila se São Paulo.
Com as forças renovadas, na manhã do dia
seguinte, 25 de agosto, Dom Pedro e Comitiva participaram da missa na Igreja
matriz de Nossa Senhora da Penha. Terminada a cerimônia religiosa, o grupo se
despediu e seguiu viagem.
Terminada sua estadia na Vila de Piratininga, a
Comitiva rumou para Santos lá permanecendo por algum tempo. Ao voltar para o
Planalto, passando pelas margens do Córrego Ipiranga, Dom Pedro recebeu os
mensageiros que traziam notícias enviadas da Corte. As imposições de Portugal
obrigaram que fosse tomada uma atitude drástica pelo Príncipe Dom Pedro. Rebelando-se,
ele declarou: “Independência ou Morte”, a partir daquele dia, sete de setembro
de 1822, o Brasil rompeu definitivamente a dependência que o ligava a Portugal.
Ao voltar para o Rio de Janeiro, a Comitiva
tomou outro caminho, deixando de passar por aqui. Só fico pensando como as
imagens dessas cenas entraram pelas retinas dos olhos de tantas pessoas que as
presenciaram. Certamente, ficaram gravadas de forma significativa por longo
tempo, principalmente, associando-as ao desfecho que teve essa viagem histórica,
ocorridas em lugares tão próximos ao nosso.
Postado por José Morelli
Nenhum comentário:
Postar um comentário