Poucos bairros de São Paulo possuem um acervo fotográfico tão rico de imagens como o que foi organizado pelo saudoso e ilustre penhense, Sr. Hedimir Linguitte, por ocasião da comemoração dos 300 anos da Penha de França, em 1967. Muitas das fotos foram doadas generosamente por famílias do bairro o que tornou o acervo ainda mais expressivo. Depois de ter permanecido no espaço do batistério do Santuário Eucarístico de Nossa Senhora da Penha, o conjunto de fotos passou a ocupar, até uns quatro anos atrás, uma sala no interior da Igreja do Rosário.
Como foi
informado em edição, da época, deste jornal para conhecimento de toda
comunidade, as fotos foram dali retiradas para digitalização das imagens e
produção de novas cópias. Assim, os originais poderiam ser mais bem conservados
e não se deteriorariam com sua exposição à luz e às intempéries.
O tempo previsto
para conclusão do trabalho e retorno ao lugar de onde havia sido retirado era
de um ano e meio aproximadamente. Em vista da demora, foi compreensiva a
explicação, dos que se encarregaram da tarefa, de que os computadores que
continham as imagens haviam sido roubados e havia a necessidade de recomeçar o
trabalho mais uma vez, o que demandaria certo tempo.
Não são poucas
as pessoas que se dirigem à Igreja e perguntam ao encarregado do bazar ali
existente a respeito das fotos antigas. Diante da não presença destas no local,
saem frustradas por não poderem revê-las ou mostra-las a parentes e amigos.
Se queremos que
nossa vida presente seja valorizada em sua importância, de igual maneira também
merecem valorização a vida vivida e retratada por nossos antepassados e, dos
quais, proviemos, devendo-lhes a nossa própria existência. Ver e sentir os
sinais deixados por eles é uma garantia de segurança, de continuidade no tempo
e no espaço. Faz bem para a saúde física e mental/emocional a constatação da
vida que já aconteceu e se desdobrou em fragmentos de pequenas histórias que
formam uma história maior.
O Acervo
Fotográfico da Penha é um patrimônio da comunidade penhense. É de seu direito
que essa memória do bairro retorne o quanto antes para que seja acessível a
todos os que desejam partilhar de seu conteúdo que é o passado histórico comum
do grupo social, do qual todos nós penhenses, os aqui nascidos ou não, fazemos
parte.
Postado por José Morelli
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