sábado, 17 de agosto de 2024

"Soltar ou encurtar as rédeas"

 Cavalo e cavaleiro. Desde o momento em que o cavaleiro monta o cavalo, este deixa de estar só e de poder fazer o que quer e como quer. Todo cavalo selvagem precisa ser domado ou dominado antes de poder servir como montaria. Em estado selvagem, o cavalo obedece apenas a seus próprios instintos e impulsos. Nas competições hípicas, cavalo e cavaleiro precisam formar um conjunto harmonioso para poderem cumprir toda a prova, ultrapassando os obstáculos sem derrubá-los. A atitude de “soltar ou encurtar as rédeas” é uma das maneiras como o cavaleiro se comunica com o cavalo, a fim de que ambos consigam se completar no que só podem conseguir se o fizerem juntos. Força de um e inteligência de outro se completam.

A sociedade também divide entre si funções. Para poderem levar à frente seus objetivos, a sociedade precisa de estabelecer consensos sobre muitas questões. A construção das grandes pirâmides do Egito exigiu que os faraós agissem com mão de ferro sobre os povos escravizados. Foi um preço muito caro que esses povos pagaram para que, hoje, pudéssemos admirar aquilo que chamamos de “maravilhas do mundo antigo”. Deles só interessava ao faraó a força que tinham nos braços. Não podiam ter as rédeas soltas. Precisavam ser conduzidos com rédeas curtas, curtíssimas, pelos capatazes que os oprimiam.

A humanidade evoluiu muito desde os tempos dos faraós. Hoje, muita água já passou debaixo da ponte. O homem já foi e voltou em seus pensamentos muitas vezes. De toda essa busca, de toda essa dinâmica na história dos homens, encontramo-nos exatamente onde estamos. A verdade é que precisamos uns dos outros. Inteligência e força ainda se completam na consecução de muitos objetivos necessários. Empreendedores e consumidores precisam uns dos outros. Palco e platéia trocam entre si sinergias. Líderes e liderados precisam somar e não dividir para chegarem ao que almejam. Há um momento para mandar e outro para obedecer. Há um momento para concordar e outro para discordar. As autoridades e as submissões estão dentro de cada um. Não adianta demagogias. A realidade nunca vai deixar de ter exigências. A utopia de um mundo sem problemas é enganosa e não levaria a lugar nenhum. Todos somos povo. Ainda existem forças que se encontram nos argumentos e estas devem ajudar-nos em nosso aprimoramento. Toda atenção, porém, é necessária. Os dons de cada um não podem ser deixados escoar pelo ralo.  

Postado por José Morelli

 

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