São aquelas partes que formam o meio (o centro) e apresentam volteios em suas formas. Normalmente, imaginamos os meandros, formando um emaranhado, tipo labirinto, difícil de ser transposto ou decifrado. Ao observá-los, nossa vista se confunde, não conseguindo distinguir as direções e continuidades dos caminhos. Para encontrá-las é preciso acompanhar, atentamente, cada um deles, através de sucessivas tentativas, de acerto ou de erro, descobrindo assim orientações seguras que levem a avanços nas descobertas.
Também temos
meandros em nosso psiquismo. Para buscarmos um autoconhecimento, debruçando-nos
sobre nossos meandros, é preciso que tenhamos uma motivação bastante forte e
convincente do que estamos nos propondo. A busca de um alívio para a dor ou
para o sofrimento, que seja de uma angústia, de um medo exagerado ou de um
estado de confusão mental, se constituem como fortes estímulos para
enfrentarmo-nos em alguns de nossos mais íntimos segredos.
À semelhança das
estrelas, possuímos luz própria. Temos um brilho, através do qual nos afirmamos
em nossa personalidade. Onde queremos fazer brilhar essa nossa luz?... Para quem
desejamos fazer com que essa mesma luz não sofra ofuscamento?...
As respostas a
estas perguntas podem ser encontradas nos meandros de nossos processos mentais/emocionais.
Ocorre, muitas vezes, de pensarmos em uma determinada pessoa, quando fazemos
algo que consideramos positivo. Gostaríamos que essa mesma pessoa nos visse
nesse momento, nos reconhecesse e admirasse. Se, ao contrário, fazemos algo que
nos é representado como diminuindo nossa importância, nosso desejo é de não
sermos vistos por quem atribuímos o papel de consciência (superego), diante de
quem desejaríamos que guardasse a nosso respeito apenas imagens boas e
positivas.
Simplicidade e
complexidade se misturam, dando aos nossos processos mentais a forma de
emaranhados, em que o uso de atalhos não resolve. Somos desafiados a elucidar
nossas verdades e mentiras entre imbróglios e contradições.
Da mesma forma,
são desafiados também aqueles profissionais que se propõem a ajudar aos que necessitam
penetrar nos próprios meandros mentais/emocionais, definindo suas condições de
saúde ou de doença, de felicidade ou de infelicidade.
Postado por José Morelli
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