segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

Lavar e/ou passar

São, ainda hoje, consideradas tarefas domésticas. De ambas, guardamos imagens mentais que as retratam em outros tempos. Quanto ao lavar, guardamos na mente imagens de mulheres lavando roupa em beiras de rio ou junto ao poço, utilizando-se de bem adaptadas tinas de madeira. Os tradicionais tanques ainda fazem parte das áreas de serviços de nossas casas; porém, honras sejam dadas, as lavadoras elétricas auxiliam muito a execução dessa importante tarefa.  Quanto ao passar roupa, nosso imaginário guarda imagens dos antigos ferros aquecidos com brasas, dos elétricos comuns e dos mais recentes já com capacidade de produzirem também o vapor de água.

Por razões de históricos pessoais, há quem goste mais de lavar roupa do que de passa-la a ferro. A moda até reconhece que o uso de roupas amassadas (assim como o de cabelos molhados) pode ser expressão de gosto estético. 

Nem todo tecido é resistente para suportar sucessivas lavagens. Imagina se nossas roupas fossem descartáveis como copinhos plásticos de café, utilizados uma única vez! Mesmo com tecidos de baixa qualidade, nossas roupas ainda precisam ser lavadas e passadas para que sejam aproveitadas por mais tempo e com qualidade. O lavar e o passar possuem múltiplas dimensões: no sentido de conservação e valorização das roupas; no sentido do que isso representa economicamente, socialmente, ecologicamente, psicologicamente... Nossa identidade pessoal (personalidade) se expressa através da roupa que escolhemos usar em cada ocasião. O meio social que frequentamos nos atribui significados de acordo com as roupas com que nos apresentamos.

O ato de lavar e/ou de passar exige, de quem lava e/ou passa, o uso de suas percepções: os olhos veem; o cérebro comanda os movimentos; as mãos obedecem aos comandos do cérebro. A ação rítmica exercita a musculatura. Enquanto o corpo se encarrega da parte mecânica do lavar e do passar, a mente e a fantasia se harmonizam ou não a essas tarefas. Se se harmonizam, as ações gratificam corporal e psicologicamente. Se não se harmonizam, o risco é de que alguma musculatura do corpo desenvolva uma tendinite (das bravas).

Postado por José Morelli

Nenhum comentário:

Postar um comentário