sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Falácia da Reforma da Previdência

A Reforma da Previdência Social vem sendo debatida no Congresso Federal: Câmara dos Deputados e Senado. O objetivo da mesma, segundo dizem, é evitar a quebra do sistema e garantir-lhe que atenda aos futuros aposentados. No entanto, ao estabelecerem critérios que balizem as mudanças, os congressistas se apoiam nas estatísticas que apontam para um gradativo aumento da idade de vida dos brasileiros. Cada vez mais, seria maior o número  daqueles que estariam recebendo e menor os daqueles que estariam contribuindo. 

Aparentemente, existe uma lógica na questão. No entanto, o tema, em sua total abrangência, não compreende apenas esses elementos. Existe outro importante elemento que não está sendo levado em consideração.  Não é novidade para ninguém que, desde a primeira revolução industrial, as tecnologias buscam a substituição do concurso humano no processo produtivo. A eficiência das máquinas vem se tornando cada vez maior, dispensando multidões de trabalhadores.

Quanto mais capitalizadas as empresas, mais recursos elas possuem para se aprimorarem em tecnologias. Trata-se de uma briga de cachorros grandes, como se costuma dizer. Uma corrida desenfreada em busca de hegemonias. Fica difícil até para governos que se denominam socialistas criarem os menores obstáculos a essas disputas de egos empresariais. Agora!... Quem pode, em sã consciência, dizer que esse fenômeno social não é determinante de consequências profundas na dinâmica de subsistência dos trabalhadores e trabalhadoras!?...

Sem falar do submundo em que acontecem os negócios ilícitos, mesmo com a incidência de inúmeros impostos sobre os empreendimentos formais e legais, ainda assim o capital tem sido capaz de gerar mais e mais capital, mais e mais grana: os ricos vêm se tornando cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.

A lógica de que os recursos da previdência devem vir, apenas, dos empregadores e dos empregados ativos não é uma lógica que leva em conta a realidade em sua total abrangência. As grandes fortunas, tão eficazes na geração de riquezas, não podem deixar de contribuir na construção de sistemas que visem a manutenção e o crescimento dos trabalhadores e trabalhadoras, principalmente daqueles e daquelas que as ajudam, dando-lhes a força de seu trabalho. Os ganhos destes e destas ajudarão a outros e outras que lhes prestarão serviços, numa imensa cadeia de solidariedades.

Postado por José Morelli

  

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