A Reforma da
Previdência Social vem sendo debatida no Congresso Federal: Câmara dos
Deputados e Senado. O objetivo da mesma, segundo dizem, é evitar a quebra do
sistema e garantir-lhe que atenda aos futuros aposentados. No entanto, ao
estabelecerem critérios que balizem as mudanças, os congressistas se apoiam nas
estatísticas que apontam para um gradativo aumento da idade de vida dos
brasileiros. Cada vez mais, seria maior o número daqueles que estariam recebendo e menor os
daqueles que estariam contribuindo.
Aparentemente,
existe uma lógica na questão. No entanto, o tema, em sua total abrangência, não
compreende apenas esses elementos. Existe outro importante elemento que não
está sendo levado em consideração. Não é
novidade para ninguém que, desde a primeira revolução industrial, as
tecnologias buscam a substituição do concurso humano no processo produtivo. A
eficiência das máquinas vem se tornando cada vez maior, dispensando multidões
de trabalhadores.
Quanto mais
capitalizadas as empresas, mais recursos elas possuem para se aprimorarem em
tecnologias. Trata-se de uma briga de
cachorros grandes, como se costuma dizer. Uma corrida desenfreada em busca
de hegemonias. Fica difícil até para governos que se denominam socialistas criarem
os menores obstáculos a essas disputas de egos
empresariais. Agora!... Quem pode, em sã consciência, dizer que esse fenômeno
social não é determinante de consequências profundas na dinâmica de
subsistência dos trabalhadores e trabalhadoras!?...
Sem falar do
submundo em que acontecem os negócios ilícitos, mesmo com a incidência de
inúmeros impostos sobre os empreendimentos formais e legais, ainda assim o
capital tem sido capaz de gerar mais e mais capital, mais e mais grana: os
ricos vêm se tornando cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.
A lógica de que
os recursos da previdência devem vir, apenas, dos empregadores e dos empregados
ativos não é uma lógica que leva em conta a realidade em sua total abrangência.
As grandes fortunas, tão eficazes na geração de riquezas, não podem deixar de
contribuir na construção de sistemas que visem a manutenção e o crescimento dos
trabalhadores e trabalhadoras, principalmente daqueles e daquelas que as
ajudam, dando-lhes a força de seu trabalho. Os ganhos destes e destas ajudarão
a outros e outras que lhes prestarão serviços, numa imensa cadeia de
solidariedades.
Postado por José Morelli
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