É um dia como qualquer outro. Nele, a natureza se comporta como em todos os outros dias do ano. A volta completa da Terra, em torno de si mesma, dura igualmente 24 horas. O sol nasce, ao amanhecer, e se põe, ao cair da tarde. Pode chover ou ter um tempo bonito, fazer frio ou calor. A diferença é de que, desde o século XIII, o dia 2 de novembro foi escolhido para servir à celebração da memória aos mortos.
Finados, de
acordo com a etimologia dessa palavra, são os terminados, aqueles que completaram o curso da própria vida,
aqueles que chegaram ao fim, ao limite
de sua existência terrena, podendo se manter presentes, apenas, nas recordações
daqueles com quem conviveram e compartilharam a própria existência.
Por difícil que
seja a aceitação da morte, isso não autoriza ninguém que a possa negar ou
ignorar. A morte é um dado da realidade incontestável, assim como o nascimento.
A existência de um dia especial de reflexão e confronto com a transitoriedade e
finitude da vida humana condiz com a realidade dos acontecimentos, constituindo-se
assim como um valor humano. O confronto com a morte, reconhecendo-a em sua
verdade é algo bom e sadio e que ajuda para que a vida tenha melhor qualidade.
Um período de
luto é naturalmente compreensível. Por mais preparado que um amigo ou familiar
se encontre para aceitar o passamento de um ente querido, ainda assim necessita
de algum tempo para assimilar sua perda. Toda perda implica em vazios. Um
pedaço de quem fica também vai com o amigo ou parente que partiu
definitivamente.
Toda cultura
identifica símbolos que se associam à morte. Esses símbolos servem como
intermediários entre a morte, propriamente dita, e coisas que possam ser vistas,
ouvidas e tocadas com as mãos. Esses intermediários ajudam no processo de
harmonização entre a vida e a morte. Visitas ao cemitério, um tempo de
silêncio, oração e reflexão, o acender de velas e outras práticas, realizadas
com boa intenção, são capazes de ajudar na superação e aceitação de dolorosas
perdas e na conquista de uma maior paz interior.
Postado por José Morelli
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