sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Dia de Finados

 É um dia como qualquer outro. Nele, a natureza se comporta como em todos os outros dias do ano. A volta completa da Terra, em torno de si mesma, dura igualmente 24 horas. O sol nasce, ao amanhecer, e se põe, ao cair da tarde. Pode chover ou ter um tempo bonito, fazer frio ou calor. A diferença é de que, desde o século XIII, o dia 2 de novembro foi escolhido para servir à celebração da memória aos mortos.

Finados, de acordo com a etimologia dessa palavra, são os terminados, aqueles que completaram o curso da própria vida, aqueles que chegaram ao fim, ao limite de sua existência terrena, podendo se manter presentes, apenas, nas recordações daqueles com quem conviveram e compartilharam a própria existência.

Por difícil que seja a aceitação da morte, isso não autoriza ninguém que a possa negar ou ignorar. A morte é um dado da realidade incontestável, assim como o nascimento. A existência de um dia especial de reflexão e confronto com a transitoriedade e finitude da vida humana condiz com a realidade dos acontecimentos, constituindo-se assim como um valor humano. O confronto com a morte, reconhecendo-a em sua verdade é algo bom e sadio e que ajuda para que a vida tenha melhor qualidade.

Um período de luto é naturalmente compreensível. Por mais preparado que um amigo ou familiar se encontre para aceitar o passamento de um ente querido, ainda assim necessita de algum tempo para assimilar sua perda. Toda perda implica em vazios. Um pedaço de quem fica também vai com o amigo ou parente que partiu definitivamente.

Toda cultura identifica símbolos que se associam à morte. Esses símbolos servem como intermediários entre a morte, propriamente dita, e coisas que possam ser vistas, ouvidas e tocadas com as mãos. Esses intermediários ajudam no processo de harmonização entre a vida e a morte. Visitas ao cemitério, um tempo de silêncio, oração e reflexão, o acender de velas e outras práticas, realizadas com boa intenção, são capazes de ajudar na superação e aceitação de dolorosas perdas e na conquista de uma maior paz interior.

Postado por José Morelli

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário