Nas décadas de 1950/60, aos domingos, as ruas que levavam à matriz de Nossa Senhora da Penha (Igreja Velha), se apresentavam com um aspecto bem movimentado e festivo. Na parte da manhã, era grande o número daqueles que passavam de um lado para o outro, indo ou voltando das missas dominicais, celebradas de hora em hora na igreja. À tarde esse número de gente na rua já era menor. Enquanto alguns iam às várzeas para verem o futebol, outros se divertiam no Esportivo da Penha ou preferiam assistir a algum bom filme num dos quatro grandes cinemas do centro do bairro. Não eram poucos, porém, aqueles e aquelas que escolhiam dar um passeio pelas ruas comerciais para verem gente e as vitrines das lojas. Estas ficavam com suas portas de ferro abertas. Não havia tanto perigo de assaltos nem de vandalismos. Nas vitrines, os produtos se ofereciam para serem comprados somente durante a semana. A fiscalização era rigorosa. Quem desobedecesse era severamente advertido e punido.
Com o passar dos
anos, o domingo foi deixando de ser aquele dia sagrado e de descanso. As
influências das teses em favor de uma sociedade livre para pensar e fazer o que
quisesse foi se consolidando através de leis que deram ao comércio cada vez
mais tempo para funcionar, quase que ininterruptamente. A roda da economia não
podia parar nem ter descanso. O consumo se expandia e também, com ele, o lixo
que ele produzia.
Hoje, o comércio
de rua é formado pelas lojas e pelos camelôs. A chamada “semana inglesa” permite
a muitos que aproveitem o sábado para que façam suas compras. Quando, à noite,
as lojas baixam suas portas e os camelôs recolhem suas barracas, as ruas é que
ficam no prejuízo. Se não cair alguma chuva forte que leve para os bueiros o
lixo acumulado, o domingo amanhece não com o aspecto festivo de antigamente,
mas como num fim de festa, com sujeira em todos os lados.
No último
domingo, o Francisco Folco, do Memorial Penha de França fotografou o centro da
Penha. Diante do que a câmera retratou, ele está sugerindo às lideranças e a todos
que se organize numa comissão para tratar do assunto. Uma Penha de França mais
limpa e com melhor qualidade de vida. Que se possa contar com a sub-Penha no
auxílio com mão de obra ou estudantes que façam uma conscientização dos
transeuntes para não jogarem sujeira no chão e que, para isso, as ruas possam
contar com boas lixeiras.
Postado por José Morelli
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