Trata-se de uma nova discussão que, na semana que está terminando, recebeu carta branca para ser discutida pela Sociedade Brasileira e pelo Congresso Nacional. De acordo com a nova proposta, os jovens e as jovens, a partir dos 16 anos e não dos 18 anos, como tem sido até agora, passariam a responder integralmente por delitos que venham a praticar, merecendo punições não em unidades destinadas a crianças e a adolescentes, mas em penitenciárias de adulto sejam elas: de homens ou de mulheres. Esse tipo de questão não deveria servir simplesmente como bandeira política deste ou daquele partido. Mesmo que outros países já tenham adotado semelhante procedimento, a discussão sobre esse assunto não pode deixar de levar em conta as circunstâncias próprias da nação brasileira, entendidas em sua mais ampla abrangência.
O tema é
delicadíssimo e de responsabilidade para o presente e para o futuro. A ele se
associam outros temas, tais como: o da família; o do acesso aos bens de
subsistência da sociedade em seu todo; o da educação em todos os níveis; o da
índole e da cultura dominante; o das tecnologias digitais e outras, cada vez
mais acessíveis às crianças e aos jovens; o da aplicabilidade da justiça com
equidade.
Pensando o
futuro, o que nós brasileiros esperamos de nossa Pátria e de suas organizações
e estruturas de sociedade?... Que se construam mais presídios que escolas? Que
se fomente mais os organismos repressivos do que equipamentos que proporcionem
mais cultura e lazer aos jovens? Que as famílias se mantenham destituídas de condições
de assumirem suas obrigações junto aos filhos, com mais capacidade de provê-los
do necessário à sobrevivência e formação? Que aos jovens sejam propostos ideais
capazes de encantá-los com a vida e não apenas de estimulações que os levem ao
uso da força bruta, para se manterem salvaguardados de seus direitos? Que o judiciário continue protegendo os que
mais têm, penalizando apenas os que menos ou nada têm? Quais são os interesses
que estão em jogo? ...
A bola foi
levantada! Quem serão aqueles que aproveitarão essa levantada de bola e farão o
gol ou os gols? Espero que esta seja uma oportunidade única de a sociedade,
inteira, participar dessa discussão tão fundamental para o nosso presente e para
o nosso futuro como nação unida e não dividida.
Postado por José Morelli
Nenhum comentário:
Postar um comentário