Filosofar

 Filo é o mesmo que amizade/amor. Sofia é sabedoria. Juntando essas duas palavras originárias da língua grega, pode-se dizer que seu significado é amigo/amante da sabedoria. Filosofar é, portanto, exercitar a mente no esforço de obter conhecimento, fazendo uso da própria capacidade de pensar, de raciocinar. Filosofar é juntar os fragmentos com que se apresentam as coisas, agrupando-os em sequências e ordenamentos, segundo as mais diversas lógicas possíveis de pensamentos.

A sabedoria popular costuma dizer que quem não tem cabeça, faz o corpo padecer. Em primeiro lugar, é preciso usar o tutano, a massa cinzenta encefálica para depois colocar mãos e pés direcionados e em movimento. Isso, certamente, garantiria um melhor resultado das ações tomadas! Em outras palavras, vale mais esse alerta, nascido da experiência do dia a dia: “Não se deve colocar a carroça na frente dos bois”. Mais ou menos, aproveitando das partes fortes e fracas com que naturalmente nascem as pessoas, uns têm mais facilidade de pensar, enquanto que outros têm mais facilidade de agir. Os primeiros são os teóricos, enquanto que os segundos são os práticos. O ideal seria que, de acordo com a necessidade do momento, estes se alternassem nas posições de lideranças.  

Filosofar é debater e aprofundar o sentido e o alcance da vida. A história da filosofia é a história do pensamento de homens e de mulheres, no decorrer dos tempos. Quando ainda não existiam meios de controlar os comportamentos das massas - (mídias), os homens tinham menos preguiça para pensar com as próprias cabeças. Ficavam mais livres para se assentarem sobre alguma pedra, fosse diante de uma cadeia de montanhas, fosse frente a um mar a perder de vista e, ali, com o cotovelo apoiado sobre o joelho e a mão fechada sob o queixo, passarem horas e horas encadeando idéias como cenas de um filme. Buscavam respostas às dúvidas que lhes eram trazidas pelas vias de seus cinco sentidos mais a intuição.

Hoje ainda os horizontes continuam à frente das pessoas, mesmo que muitas vezes encobertos por infinidades de muros e arranha-céus. Para quem não é de parar diante de qualquer obstáculo, porém, esses e outros entraves necessariamente não deverão se constituir empecilhos que os impeçam de continuarem se dando o prazer de pensar ou de filosofar.

Postado por José Morelli