Todos sabem que, muitas vezes, diversas atividades esportivas são incentivadas através de competições. E é próprio das competições que tanto um como outro dos competidores podem ou não alcançar à vitória. Essa emulação dá a essas atividades um caráter mais intenso; porém lúdico, isto é, de brincadeira, de divertimento e de lazer. O ganhar e o perder fazem parte essencial da regra desse tipo de jogo.
No entanto, há
quem faça do esporte, principalmente naquele em que participa o time de sua
predileção, uma verdadeira guerra de vida ou de morte. Não consegue dominar a
intensidade da própria emoção. Seu sistema nervoso só é capaz de aceitar como
resultado a vitória. A rigidez com que se predispõe seu aparato nervoso
domina-lhe o pensamento e o sentimento. O indivíduo se torna refém de uma
grande dificuldade, que é a de separar e distinguir o que é real do que é fruto
de sua imaginação/imposição.
Seria
extremamente injusto pensar que exigências neuróticas sejam somente
relacionadas aos esportes. Existe uma infinidade de outras exigências que se
relacionam com a vida pessoal de cada indivíduo, na vida familiar, profissional
e mesmo religiosa. A impossibilidade de se ter certa autonomia e liberdade de
ação são imprescindíveis para que escolhas possam ser feitas, levando-se em
conta as circunstâncias do momento.
Tem quem possui
a exigência neurótica de se isolar da própria família e de ir morar na rua. Tem
aquele que não consegue manter-se em nenhum emprego. Tem ainda aquele que se
julga merecedor do que precisa para viver sem que tenha que fazer nada em troca
do que recebe. Outros exemplos exemplos são os daqueles que se julgam incapazes
de varrer um chão, de lavar uma louça ou de manifestar um gesto de amizade ou
de carinho a quem quer que seja.
Exigências
neuróticas são predisposições do organismo, uma espécie de vício enraizado. O
deixar de atendê-las provoca um mal estar, um vazio interior, uma inquietação
incômoda. O reconhecimento da existência de tiranias do próprio aparato
mental/emocional e físico já é um primeiro passo, no sentido de dar à própria
vida uma nova direção, na qual a intensidade desses problemas possa ser
diminuída.
Postado por José Morelli
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