A palavra dimensão se atém a uma categoria de pensamento humano. Ela foi construída a partir de nossa experiência concreta no tempo e no espaço, dizendo respeito à medição de tudo aquilo que é e pode ser mensurado. Já o conceito da palavra eternidade extrapola qualquer entendimento humano experimentado. Seu significado é aplicado a quem sempre existiu, não tendo tido princípio e que nunca terá fim. A eternidade; portanto, merece o qualificativo de incomensurável, isto é: de não ser mensurável por nenhum de nossos padrões de medição, quer sejam eles espaciais ou temporais.
Por conseguinte,
o conceito de eternidade foge aos nossos parâmetros. Conseguimos falar dele
mais pelo que ele não é do que pelo que ele é. Vivemos nossa experiência de
existir. Isso sim nós sabemos o que é. Quanto aos conceitos do que seja
“começo” e do que seja “fim” também fazem parte de nossa experiência
existencial. A eternidade transcende,
ultrapassa o que entendemos a respeito do que seja o Existir, o Ser (com S
maiúsculo).
Convivemos com
um passado (histórico e pré-histórico) que, por ser tão longínquo, se perde no
tempo. Quanto ao presente, o número de interpretações a que pode ser submetido
ultrapassa aos mais completos códigos de barra. A previsibilidade que podemos
ter relativamente ao futuro está sempre sujeita a variáveis cujo controle nos escapa
totalmente.
De Platão temos a
afirmação que “O tempo é a imagem móvel da eternidade imóvel”. Nossa vida não
se apresenta como viva a não ser que manifestemos algum movimento: o de nosso
coração batendo, pode servir de exemplo. Com todo respeito que merece Platão,
não consigo entender que a eternidade possa ser parada, estática, sem
movimento. Nosso tempo é um serelepe. Não conseguimos prendê-lo em nossas mãos
nem por um segundo. O fato de estar se percebendo duvidando, deu ao filósofo
Descartes o ensejo de se reconhecer pensando e, se ele estava pensando, isso
era prova de que também estava existindo. A imobilidade de nosso cérebro é
apenas aparente. O fluxo elétrico que transita em seu interior imprime-lhe um
incrível dinamismo.
Com esse mesmo
dinamismo, nossa mente humana também é capaz de, num ictus de segundo, penetrar
em pequenas e grandes realidades, validando-as ou negando-as em seus valores e
importância.
Postado por José Morelli
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