É do conhecimento de muitos que a estatística é uma parte da ciência dos números. Para espelhar a realidade não basta somente a mensuração de um aspecto apenas de algo que seja mais abrangente, composto de múltiplas dimensões. É sabido que, quanto à distribuição das riquezas, através de ganhos monetários, o Brasil é o campeão das desigualdades. Aqui, a diferença entre os salários é enorme. Os ganhos das grandes empresas, permite que estas cresçam e se desenvolvam, formando associações altamente rentáveis. O resultado de tudo isso é que, a cada ano que passa, aumenta a distância entre os que mais têm e os que menos têm.
Este é um fato
que as estatísticas comprovam. A pergunta que surge, então, é a seguinte: Que
conseqüências podem decorrer desse fato? – É lógico que o consumo de bens é
proporcional aos ganhos de cada um. Quem tem muito pode consumir bens maiores,
mais duráveis, com maior qualidade, bens que são capazes de gerar outros bens.
Quem tem pouco necessita usar desse pouco na aquisição de bens indispensáveis à
sobrevivência: alimentos, vestimentas, produtos necessários a um mínimo de
higiene corporal e do ambiente, que possam garantir a saúde física do indivíduo.
É através da
educação escolar que as pessoas são alfabetizadas e adquirem os conhecimentos
que as ajudam a se integrar na sociedade, capacitando-se para o mercado de
trabalho. Se os que menos têm não puderem nem dar a seus filhos algum estudo
que possa abrir-lhes portas, isso fará que a distância entre ricos e pobres
aumente ainda mais, uma vez que aos que mais têm as chances de freqüentarem
boas escolas, permitirá que consigam os empregos mais rentáveis. Daí a
necessidade de os governos investirem em boas escolas públicas gratuitas e de
até mesmo criarem políticas de ajudas especiais aos que mais precisam.
A sociedade
vista em seu todo espelha a realidade dos fatos que fazem parte do conjunto. A
existência de favelas, com ínfimas condições de comodidade, próximas de
residências suntuosas, com todas as condições de conforto é decorrência da
desigualdade na participação da riqueza gerada no país.
Sem dúvida, é
conseqüência das flagrantes desigualdades a diferença no modo de pensar e de
sentir a vida, a maneira como cada um valoriza o próprio existir e dos outros,
o sentimento de segurança quanto ao presente e ao futuro, o desespero que gera
violência e toda sorte de comportamentos que pareçam garantir a sobrevivência
física e psicológica do indivíduo.
Postado por José Morelli
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