Nos relacionamentos, precisamos reconhecer nossos limites com relação ao outro e saber demonstrar claramente ao outro os limites que tem, relativamente a nós. De pessoas mais velhas, é comum ouvirmos que, quando eram crianças, um simples olhar do pai já era suficiente para entenderem o que ele estava querendo. O estabelecimento de limites se dava muitas vezes por meio de atitudes simples, porém convincentes, não deixando dúvidas quanto a seu sentido.
Quando somos
sinceros, seguros quanto ao que pensamos e fazemos, temos mais chances de
sermos respeitados pelo outro ao impormos nossos limites. Se somos incoerentes
tendo duas leis, uma para nós e outra para o outro, as chances de sermos
respeitados tenderá a ser menor. Nossa imposição de limites soará como falsa e
injusta.
Os limites são
uma contingência de nossa natureza humana. Não somos ilimitados em nossas
capacidades e condições. Todos nós, por mais poderosos que possamos ser,
esbarramos constantemente em restrições de todos os tipos. A simples escolha de
um objetivo exclui, muitas vezes, a possibilidade de realização de outros.
Nosso
reconhecimento e aceitação dos limites de nossa condição humana, ao contrário
de se constituírem como uma fraqueza de nossa parte, podem ser o sinal indicativo
de nosso senso de realismo e de objetividade. Reconhecendo a realidade, não
construímos nossa vida apoiados em ilusões, mas sobre fundamentos de verdades.
Na família, no
trabalho, na escola, nas amizades, no esporte, podemos desafiar-nos a fim de ampliar
nossas capacidades. Não podemos, porém, perder de vista até onde podemos
chegar, aceitando-nos e respeitando-nos em nossos limites. A ingestão de
bebidas alcoólicas, consumidas além do limite, tira das pessoas suas condições
de noção dos limites, podendo causar sérios inconvenientes.
Desde os
primeiros anos de vida, as crianças devem ir aprendendo a respeitar os limites
que a natureza e as condições da vida impõem a todos indistintamente. Esse
aprendizado é necessário para o equilíbrio e desenvolvimento futuro de cada uma
delas. Os pais, ao imporem limites aos filhos não faltam com o amor que lhes
devem, muito pelo contrário. O amor bem ordenado é aquele que reconhece a
realidade tal como ela é, incluindo os limites que lhes são próprios. Estabelecendo
limites, os pais transmitem aos filhos a dimensão correta da realidade.
Postado por José Morelli
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