quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Coragem

Coragem de ser e de se apresentar como é e com as qualidades e os defeitos que lhes são próprios. Essa palavra, originária do latim, é formada da junção do vocábulo “cor”: o mesmo que coração (em português) ao sufixo “aticum”, utilizado para indicar a ação da palavra que o precede. Embora os conceitos se formem no cérebro, eles têm repercussão direta nos sentimentos. E como estes parece terem ressonância no peito, torna-se compreensível que a construção da palavra coragem tenha muito a ver com o peito e com o coração.

Assim, a ideia expressa no livro “O Corpo Fala: a linguagem silenciosa da comunicação não verbal” - de Pierre Weil e Roland Tompakon - de que a coragem dos super-heróis é mostrada no peito inflado desses personagens da ficção, fica muito bem demonstrada a importância da relação existente entre coração e coragem. Que o diga a postura corporal dos que se encontram tomados e dominados pelo medo: encolhidos e cabisbaixos.

Na verdade, coragem não significa ausência de medo. Coragem faz contraponto ao medo da mesma forma como medo faz contraponto à coragem. Enquanto uma se instala no latente (no escondido da alma), o outro se instala no manifesto, deixando-se mostrar publicamente. Coragem e medo são como a “cara” e “coroa”: duas faces de uma mesma moeda.

Todos nos construímos no decorrer de nossas vidas. É pra isso que ela nos é dada. O olhar que temos para nós mesmos e o olhar que temos para o mundo que nos cerca não pode, simplesmente, nos derrubar ou, antes, deve nos fortalecer e dar-nos segurança quanto àquilo que nos propomos realizar.  Porém, como todo exagero deve ser evitado, coragem não pode ser confundida com temeridade, que é o mesmo que excesso de ousadia, imprudência ou irresponsabilidade.

Voltando ao foco do assunto e para fechar o texto, vale registrar que a coragem serve como reforço à autoestima e que, com a nossa autoestima reforçada, aumentam nossas condições pessoais de crença nas próprias capacidades de lucidez e de Inteligência, de amor e de afetividade bem orientadas.

Postado por José Morelli

 

 

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