quinta-feira, 3 de agosto de 2023

"Eu me amo!"

 Sim, em situação de equilíbrio e com uso de minha inteligência, eu me amo, reconhecendo-me satisfeito pelo que sou, faço, penso e sinto. Esforço-me para não deixar passar batido o lado bom de tudo o que acontece, seja em mim mesmo, seja à minha volta.

Por força do amor que tenho para comigo mesmo, dedico meu amor também a meus familiares, colegas e amigos. As trocas de contribuições mútuas que, com eles faço, garantem minha sobrevivência física e de identidade pessoal.  Dou de mim e acato a doação do outro  sem medo de ser engolido pelo outro ou de engoli-lo. Minha família e minha casa servem-me como escola de vida e de amor à vida.

Dando mais um passo à frente e fundamentado no amor que tenho àqueles que me são mais próximos e íntimos, abro meu coração para aqueles e aquelas que se encontram além de meus limites familiares e de amizades. Rompo meus medos e desconfianças e arrisco-me na aventura de ampliar o alcance de minhas trocas afetivas.

Quando amo, ordenadamente, não restrinjo meu amor apenas aos que se assemelham a mim em suas características pessoais. Sou capaz de entender e valorizar a multiplicidade das raças e das culturas, desenvolvidas por povos e nações, bem como das maneiras próprias de cada indivíduo. Longe de considerar como ameaçadoras tais diferenças, entendo que sejam necessárias à boa ordem nas relações humanas e à construção de um mundo ecologicamente sustentável, no sentido mais amplo do que vem a ser sustentabilidade: direito de tudo e de todos à vida plena e abundante.

O amor para comigo mesmo e o amor ao outro/a, necessariamente não me representam um conflito irreconciliável. Ambos não podem ser entendidos como inimigos um do outro. O diálogo que estabelecem contribui para o desenvolvimento de minha personalidade em suas várias dimensões e necessidades.

Postado por José Morelli

 

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