Sim, em situação de equilíbrio e com uso de minha inteligência, eu me amo, reconhecendo-me satisfeito pelo que sou, faço, penso e sinto. Esforço-me para não deixar passar batido o lado bom de tudo o que acontece, seja em mim mesmo, seja à minha volta.
Por força do
amor que tenho para comigo mesmo, dedico meu amor também a meus familiares,
colegas e amigos. As trocas de contribuições mútuas que, com eles faço,
garantem minha sobrevivência física e de identidade pessoal. Dou de mim e acato a doação do outro sem medo de ser engolido pelo outro ou de
engoli-lo. Minha família e minha casa servem-me como escola de vida e de amor à
vida.
Dando mais um
passo à frente e fundamentado no amor que tenho àqueles que me são mais
próximos e íntimos, abro meu coração para aqueles e aquelas que se encontram além
de meus limites familiares e de amizades. Rompo meus medos e desconfianças e
arrisco-me na aventura de ampliar o alcance de minhas trocas afetivas.
Quando amo, ordenadamente,
não restrinjo meu amor apenas aos que se assemelham a mim em suas
características pessoais. Sou capaz de entender e valorizar a multiplicidade
das raças e das culturas, desenvolvidas por povos e nações, bem como das
maneiras próprias de cada indivíduo. Longe de considerar como ameaçadoras tais
diferenças, entendo que sejam necessárias à boa ordem nas relações humanas e à
construção de um mundo ecologicamente sustentável, no sentido mais amplo do que
vem a ser sustentabilidade: direito de tudo e de todos à vida plena e abundante.
O amor para
comigo mesmo e o amor ao outro/a, necessariamente não me representam um
conflito irreconciliável. Ambos não podem ser entendidos como inimigos um do
outro. O diálogo que estabelecem contribui para o desenvolvimento de minha
personalidade em suas várias dimensões e necessidades.
Postado por José Morelli
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