Sabemos que nosso corpo é dotado de excelentes instrumentos de percepção da realidade material, da qual também nós fazemos parte, compondo-nos num imenso todo. Nossos olhos, ouvidos, boca, nariz, mãos transmitem suas percepções ao nosso cérebro, através do sistema nervoso central, a fim de que nossa mente as processe como entendimento e as retenha como lembrança. Distinguimos dois momentos: o da percepção e o da conscientização. As informações captadas pelos órgãos dos sentidos são muitas e simultâneas. Nosso cérebro não consegue processá-las de imediato, em sua totalidade.
Das muitas idéias contidas num livro,
mesmo numa leitura atenta, apenas uma parte relativamente pequena é captada e
integralizada pelo pensamento. O que pode ser encaixado a outras idéias já
existentes, faz com que a compreensão da realidade se amplie ainda mais. Cada
leitor capta de maneira diferente. Para uns são algumas idéias que chamam mais
atenção, para outros são outras.
Parte das imagens desses flashes em
comerciais, que a televisão mostra, embora não consigam ser conscientizadas na
velocidade em que são apresentadas, ainda assim conseguem chegar,
subliminarmente, a camadas inconscientes ou subconscientes de nossa mente, aí
permanecendo até que sejam despertadas por alguma varinha mágica. Dependendo
das circunstâncias que possam favorecer a emergência dessas imagens, estas
podem vir à tona, influindo em nosso estado de ânimo e, consequentemente, em
nossos comportamentos e tomadas de atitudes.
Com os sons, com os odores e sabores e
com as sensações táteis acontecem processos semelhantes de apreensão subliminar
das informações. Sendo assim, não temos idéia do que trazemos em nossas
percepções e em nossa consciência. Como as idéias se associam e como elas se
dissociam umas das outras. Quais sentimentos se desprendem dos conceitos que
atribuímos a este ou aquele fato ou acontecimento. Nossos humores podem variar
sem que saibamos o porquê. Carregamos, dentro de nós mesmos, armadilhas que
podem nos surpreender quanto ao que esperávamos de nós, das reações que
produzimos frente a situações esperadas ou inesperadas. Convivemos com a
incerteza.
Postado por José Morelli
Nenhum comentário:
Postar um comentário