O nome continua o mesmo desde a muito e muito tempo. O domingo fecha a sequência dos sete dias que compõem a semana. Ele teria sido instituído pelo próprio Criador, dando-se a Si o direito a um justo descanso, após o árduo trabalho de criação de todo o universo. Em sua essência, o domingo se constitui como um dia diferente dos outros. Nele se encerra uma sabedoria de vida.
O descanso, no
domingo, não seria apenas para os seres humanos. O boi que ajudava na aragem da
terra também mereceria seu justo descanso. Da mesma forma, a vaca deixaria de
ser ordenhada, ficando seu leite exclusivamente para suas crias: os bezerrinhos
e bezerrinhas. Com esses e outros
exemplos, a ideia transmitida era de que o descanso é mesmo fundamental e
necessário para tudo (terra, água, ar, natureza) e para todos.
A sustentação
física exige dedicação intensa, começando na segunda feira e indo até que
chegue o fim da semana. O dinheiro ganho nos dias de semana deve ser suficiente
para custear o dia de descanso, da mesma forma como acontece com o dos onze
meses do ano que custeia a remuneração do mês destinado às férias. Domingos e
férias existem para servirem como derivativos: para arejamento e cultivo do
corpo e da alma.
Não têm sido
poucas as mudanças sociais ocorridas nestes últimos anos. A sociedade, em seu
todo, tem seguido lógicas diferentes daquelas que a norteavam num passado não
tão distante. A lei da sobrevivência tem imposto novos sistemas e costumes. A
tecnologia, no lugar de servir às pessoas, tem imposto sobre as mesmas sua
sedutora e inexorável tirania. E o domingo foi perdendo seu sentido original.
Seja em que dia
da semana for, o destinado ao descanso semanal precisa ser diferente dos outros
dias, com outros sabores e cheiros e com outros coloridos: uma oportunidade
aberta ao cultivo de outras dimensões da realidade em que, de forma abrangente
e plena, nos constituímos.
Postado por José Morelli
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