É o não conhecido, aquele ou aquilo que não sabemos a respeito e com o qual temos que nos defrontar. Dentre as brincadeiras infantis, há uma que tem presença em muitos lugares e que chamamos de “cabra cega”. O enxergar nos acostumou a confiar em nossa visão. Se taparmos nossos olhos com uma venda, a sensação que temos, ao termos que dar um passo à frente, se reveste de medo e de insegurança. A incerteza, a dúvida que temos quanto ao que podemos encontrar no caminho, não permite que andemos sem manifestar algum vacilo.
O desconhecido é o que não é conhecido por nós,
pela pessoa que somos na totalidade de nosso ser existencial. O desconhecido
pode ser o que não é conhecido pela nossa visão, pela nossa audição, pelo nosso
olfato, pelo nosso paladar, pela nossa experiência de vida.
Um perigo especial acontece quando pensamos que
conhecemos, mas deixamos nos enganar pelas aparências. Um chão aparentemente
firme pode ocultar o vazio de um buraco, provocado pela passagem de águas
subterrâneas. A necessidade de executarmos tarefas que nunca tivemos a
oportunidade de executar antes, naturalmente nos mobiliza a que tomemos especiais
cuidados.
Devemos, então, preparar-nos melhor idealizando
a execução da tarefa desconhecida, mediante consulta a outras pessoas com
condições de ajudar-nos, buscando informações através de leituras em livros ou
revistas. Por fim, não podemos deixar de munir-nos de coragem, acreditando em
nossa capacidade de enfrentarmos o que nos é desconhecido, desvendando-lhes
seus segredos ocultos.
Ao término dessa aventura, sentiremos que
vencemos. Provamos, mais uma vez, que fomos capazes de vencer os obstáculos que
se interpunham aos nossos avanços. Crescemos em nós mesmos. Construímo-nos no
conhecimento de nossas capacidades. Instrumentalizamo-nos no conhecimento da
realidade que nos cerca e com a qual não podemos nem devemos deixar de dialogar
e interagir.
Publicado por José Morelli
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