segunda-feira, 7 de agosto de 2023

O que vai sobrar prá nós?...

 Semana passada o jornal da tarde, na TV, mostrou uma nova colheitadeira de última geração. Disse o apresentador do jornal, com um ar de vaidade, que esta incrível máquina vinha para substituir outra, superada em sua capacidade. O trabalho realizado por esta última em um dia, agora passava a ser realizado, pela nova, em 30 minutos. Com tecnologia tão avançada, o agronegócio, cada vez mais, dispensa a chatice de empregar mão de obra humana, com tantas complicações e exigências sociais e previdenciárias.

Em nossa história brasileira, os negros africanos foram trazidos para cá, a fim de suprir a necessidade de mão de obra no campo e outras tarefas. Eles foram utilizados para a extração do ouro e de pedras preciosas e, principalmente, para as produções da cana de açúcar e do café, em regime de escravidão. Quando foi assinada a lei de libertação da escravatura, foram chamados europeus de vários países para que substituíssem os negros, principalmente, nas lavouras. Agora, chegou a vez das máquinas. Se não houver inteligência política, para administrar nosso futuro como país e nação, daqui a algum tempo, todos os trabalhadores terão perdido seus empregos nas grandes corporações e precisarão receber algum tipo de bolsa família para continuarem consumindo ou sobrevivendo. De nada adiantarão megas capacidades de produção se não houver dinheiro que as possam pagar, gerando mais e mais riquezas para aqueles que as promovem.

E aí?... O que vai sobrar para nós, que não fazemos parte do 1 (um) por cento que detém 50 (cinquenta) por cento da grana que circula no mundo?... O restante 50 (cinquenta) por cento que é subdividido entre os não aquinhoados 99 (noventa e nove) por cento, sendo carreado no sentido da minoria (mais aquinhoada), que possui meios de transformar seu imenso capital em mais e mais grana. E, voltando o olhar ou o pensamento para nós, que compomos a maioria das populações humanas, vamos ter que nos virar de alguma forma.

Não são poucas as universidades que têm aberto espaços para novos cursos com o objetivo de ampliar o horizonte de oportunidades de trabalho na área de serviços. Tais cursos desenvolvem saberes necessários ao cuidado da infância, de idosos e de outras demandas que servem a uma melhor qualidade de vida de pessoas e de coletividades.

Postado por José Morelli

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