Ainda em clima de olimpíadas e de paraolimpíadas Rio 2016, acompanhamos mais uma semana de competições entre atletas que se apresentam com alguma deficiência física ou mental/neurológica. Diferentemente das olímpicas, as competições paraolímpicas vêm sendo transmitidas, apenas, por uma emissora de televisão aberta: a TV-Brasil. No entanto, para quem esses eventos pudessem parecer desinteressantes, a opinião de várias pessoas que tenho ouvido não coincide com a daqueles que desacreditaram no interesse que as mesmas estão despertando.
Tanto os
momentos das competições como os das premiações têm se apresentado com uma
mescla de magia e de enlevo/sublimidade. Fazendo jus às origens gregas, as
subidas aos pódios têm obedecido aos devidos rituais. O templo existente no
monte Olimpo dedicado a Zeus era considerado a morada dos deuses. Os pódios
possuem um quê de sagrado, uma espécie de altar da Pátria. Os ganhadores de
medalhas de ouro, ao ouvirem o hino de seus países, dificilmente não se emocionam
e emocionam.
Na medida em que
as vistas e as mentes vão se acostumando de verem e de entenderem os atletas e
as atletas, com suas deficiências expostas, estas vão deixando de chamar tanta
atenção evidenciando-se, no lugar delas, a força e a técnica de pessoas
agigantadas com corpos e mentes densos de energia e de garra. Sem a pretensão
de usurparem o pódio de Zeus, esses vencedores ascendem à imortalidade – com
seus feitos incluídos nos registros olímpicos. Saboreiam, assim, do néctar da
glória servido aos deuses, representado pelas medalhas de bronze, prata ou ouro
e pelo reconhecimento manifesto no aplauso do público.
As Olimpíadas e
as Paraolimpíadas têm se constituído como um legado cultural daqueles que
acreditaram e apostaram em nosso país e em nossa gente. Quantos e quantos ensinamentos
condensados em momentos tão breves de tempo. O compartilhamento de tantos
países e tantas culturas serve como exemplo para outras formas de
relacionamentos pacíficos e proativos no âmbito local e mundial, possíveis entre
iguais e diferentes.
Postado por José Morelli
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