Uma palavrinha
sedutora, que é entendida como qualificativa daquilo que é novo, está na moda,
ocupando o topo das descobertas mais surpreendentes. Quem se identifica com
algo moderno, projeta-se socialmente como avançado em seu tempo e diferenciado
daqueles que permanecem ligados aos padrões antigos, do passado recente ou
remoto.
O moderno goza
de um status especial. Pode nem mesmo ser assim tão profundo e consistente em suas
justificativas; mas, como é quase um recém-nascido, esses aspectos não precisam
ser considerados tão relevantes. Basta dizer que é moderno e isso já seria o
suficiente. O Moderno, por outro lado, é a vanguarda. Sem ele, o mundo fica
parado. Não vai para frente, não abre portas nem caminhos novos, parece
desinteressante.
O moderno
combina com os jovens. O jovem que é arrojado, não tem medo de romper com o
estabelecido, acreditando que não tem nada a perder ao lançar-se no que lhe
parece colocá-lo na “crista” da onda.
Contrapondo-se
ao moderno existe o antigo, que um dia também já foi considerado moderno. Se o
antigo ainda permanece existindo é porque teve alguma importância. Não foi sem
motivos que se manteve vivo com o passar dos anos. Aliás, muito do que se
apresenta como moderno não deixa de terem sido coisas antigas que passaram por
alguma leve maquiagem, que lhe deram um toque diferente na aparência.
O social é
assim. Projetamo-nos através daquilo que juntamos à nossa pessoa. Vemo-nos e
somos vistos nessas identificações. Viajamos em nossa imaginação e sonhamos de
sermos aquilo em que nos projetamos. E isso traz em si um forte apelo de venda,
capaz de impulsionar muitos negócios.
O mercado faz uso desses conceitos a fim de vender o que lhe interessa. No meio de todo esse jogo estão os indivíduos, as pessoas. Estas precisam ser fortes em si mesmas. Precisam se colocar um pouco acima dos interesses daqueles que desejam simplesmente manipulá-las. A vida é construída a partir das escolhas individuais e coletivas. A carruagem pode ir para muitas direções. Cada uma dessas direções leva a lugares diferentes. É preciso que nós e todos que somos contemporâneos de vida humana procuremos saber como e onde queremos chegar.
Postado por José Morelli
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