No começo de nossa vida,
permanecemos durante sete/nove meses no útero de nossa mãe. Foi um período de
desenvolvimento intenso, em que as células foram se multiplicando e formando
todos os órgãos do nosso corpo. A ligação com nossa mãe era tão envolvente, que
não nos percebíamos como um ser separado dela.
A partir de um dado momento, as
emoções vividas por nossa mãe foram, também, transferidas para nós, através do
hormônio da adrenalina, lançado na corrente sanguínea e que circulava tanto nas
veias e artérias de nossa mãe, como em nossas. Mesmo que não tenhamos lembrança
consciente dessa fase de nossa vida, isso não significa que ela não esteja,
inconscientemente, de alguma forma registrada no arquivo de nossa mente.
Estivemos totalmente envolvidos
no útero. A temperatura do líquido amniótico, que nos circundava era a mesma do
nosso corpo. As sensações de proteção, conforto e prazer, relacionadas ao
útero, ficaram marcadas como profundamente agradáveis.
Ainda hoje, essas sensações exercem
uma forte atração sobre nós, pelo que elas representam de segurança e proteção.
Representam, também, a prova de que somos aceitos, desde que nada contrário nos
seja passado, através de fatos e emoções negativas. Sentimos quando fomos
correspondidos em nossas necessidades de aceitação.
O relacionamento sexual pode
possibilitar-nos recuperar as sensações que tivemos no útero. Para o homem, o
caminho de volta ao útero é o ato sexual. Através dele, sobrevém-lhe novamente
o prazer de estar envolvido, protegido, tendo alguém junto. A mulher, na
relação sexual, é aquela que envolve, protege. Através da relação, sobrevém-lhe
o prazer de se sentir com o outro, de ser aceita, de aceitar e de poder
aceitar-se.
Postado por José Morelli
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