sábado, 19 de agosto de 2017

Óvulo, espermatozoide e sucessivas rupturas

Para completar sua missão como óvulo, este deve permitir a ruptura da membrana que o envolve, deixando que o espermatozoide o perfure e se aninhe em seu interior. A partir daí, ambos deixam de ter, respectivamente, a identidade de óvulo e de espermatozoide e ganham nova identidade que é a de embrião. Por sua vez, o embrião se desenvolve a partir de rompimentos: células se subdividem formando novas e novas células.

Com tantas transformações, o embrião perde sua identidade e nome como embrião e passa a se chamar feto. O feto dá continuidade ao processo de crescimento e de aprimoramento das partes em que se constitui. Cada uma dessas partes ganha a própria identidade: a do coraçãozinho, a dos pulmões, a do estômago, a dos rins, a da cabeça, a das pernas, a dos bracinhos, a do próprio sexo, etc. e etc. Tudo gradativamente vai ganhando volume e formas próprias.

As modificações são tantas novamente que a qualificação de feto passa a não ter mais sentido. A identidade que adquire é, então, a de bebê. O tempo vai passando, o bebê vai crescendo e o espaço do útero vai ficando cada vez menor para conter tamanho volume. A membrana da bolsa vai se esticando e, consequentemente, se afinando até que, num dado momento acontece mais uma ruptura: a bolsa se rompe e o líquido amniótico se derrama e a esvazia.  

Terminada a fase de formação intrauterina do bebê, este força o alargamento das passagens até que encontre uma saída. Com a ajuda da mãe, o bebê consegue romper mais esse último desafio. Um novo habitante do mundo passa a ter vida independente, precisando que, antes, seu umbigo seja cortado, desligando-se de sua mãe e passando a respirar o oxigênio por si mesmo e a alimentar-se mediante a movimentação de sua própria boca.

De modo muito parecido com o do relato acima exposto, eu, você e a quase a totalidade dos seres humanos no mundo, aqui aportaram a partir de um processo que envolveu óvulo, espermatozoide e sucessivas rupturas e desdobramentos. 

Postado por José Morelli

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