Para completar sua missão como
óvulo, este deve permitir a ruptura da membrana que o envolve, deixando que o
espermatozoide o perfure e se aninhe em seu interior. A partir daí, ambos
deixam de ter, respectivamente, a identidade de óvulo e de espermatozoide e
ganham nova identidade que é a de embrião. Por sua vez, o embrião se desenvolve
a partir de rompimentos: células se subdividem formando novas e novas células.
Com tantas transformações, o
embrião perde sua identidade e nome como embrião e passa a se chamar feto. O
feto dá continuidade ao processo de crescimento e de aprimoramento das partes
em que se constitui. Cada uma dessas partes ganha a própria identidade: a do
coraçãozinho, a dos pulmões, a do estômago, a dos rins, a da cabeça, a das
pernas, a dos bracinhos, a do próprio sexo, etc. e etc. Tudo gradativamente vai
ganhando volume e formas próprias.
As modificações são tantas novamente
que a qualificação de feto passa a não ter mais sentido. A identidade que
adquire é, então, a de bebê. O tempo vai passando, o bebê vai crescendo e o
espaço do útero vai ficando cada vez menor para conter tamanho volume. A
membrana da bolsa vai se esticando e, consequentemente, se afinando até que,
num dado momento acontece mais uma ruptura: a bolsa se rompe e o líquido
amniótico se derrama e a esvazia.
Terminada a fase de formação
intrauterina do bebê, este força o alargamento das passagens até que encontre
uma saída. Com a ajuda da mãe, o bebê consegue romper mais esse último desafio.
Um novo habitante do mundo passa a ter vida independente, precisando que,
antes, seu umbigo seja cortado, desligando-se de sua mãe e passando a respirar
o oxigênio por si mesmo e a alimentar-se mediante a movimentação de sua própria
boca.
De modo muito parecido com o do
relato acima exposto, eu, você e a quase a totalidade dos seres humanos no
mundo, aqui aportaram a partir de um processo que envolveu óvulo,
espermatozoide e sucessivas rupturas e desdobramentos.
Postado por José Morelli
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