Um exemplo típico desse fenômeno
psicológico é o caso daquele estudante que, tendo feito cursinho e se preparado
para o vestibular o ano inteiro, no dia do exame esquece-se de acionar o alarme
do despertador, perdendo a hora ou, ao tomar o ônibus, engana-se e vai para o
lado oposto, distanciando-se ainda mais do lugar onde deveria realizar as
provas.
O sabotador age em função do medo ou
de algum outro sentimento aversivo (na maior parte das vezes, de maneira
inconsciente). O medo divide a pessoa. Se, por um lado, ela deseja seu
progresso, seu autodesenvolvimento, sua libertação e autonomia; por outro, esse
seu crescimento inspira-lhe medo: um é o seu discurso, acompanhado de
lamentações, outra é sua disposição interna e emocional para crescer e se
tornar mais adulta e responsável por sua própria felicidade.
Reconhecer a existência de um
sabotador, dentro de si, já é um passo para desmascará-lo e descobrir as
maneiras como costuma detonar com todas as chances que a vida oferece. É mais
fácil combater um inimigo, sabendo quem ele é e onde se encontra, do que
combater um inimigo oculto, não sabendo como e onde encontrá-lo. Boa saúde,
êxito profissional, prestígio e valorização social, realização afetiva, postura
adulta e amadurecida são alguns dos objetivos, que podem inspirar medo e, consequentemente,
levar o sabotador a agir, conspirando contra essas ou outras possíveis razões
de ser e de sentir-se feliz na vida.
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