Da mesma forma como os mitos podem servir de trampolim, de onde se pode
mergulhar fundo na realidade e nos significados, que a ela podem ser
atribuídos, assim também é possível que os pensamentos e os sentimentos se estanquem neles, não
conseguindo ultrapassá-los. O mito do “príncipe encantado” representa a forma
mais gratificante do envolvimento de um casal, num relacionamento estável e
infindo.
A expectativa deste “mundo de
felicidades - sem restrições -”, no entanto,
não é capaz de se concretizar, plenamente, nas condições normais, em que
os humanos estabelecem suas vivências a dois, no casamento. As notícias mostram
que mesmo casamentos entre reis e príncipes, de verdade, não têm sido aquele “mar de rosas”
, capaz de merecer o mesmo final-feliz das histórias infantis, de príncipes e
princesas“: enfim, eles se casaram e foram
felizes para sempre”.
Existe
grande distância entre o idealizado (representado pelo mito) e a realidade. A
impossibilidade de compatibilizar esses dois planos, pode fazer do mito um inimigo
em potencial. No lugar dele ser visto apenas como um ideal, que estimule na busca do que é melhor, ajudando naqueles
momentos em que a rotina e o peso das responsabilidades exigem mais do casal,
ele é confundido como a única forma aceitável de vida. A decepção se torna
insuportável e o casamento deixa de corresponder minimamente àquilo que dele
esperavam, transformando-se numa frustração.
Apesar desses eventuais mal-entendidos, os mitos podem ajudar na
ampliação dos entendimentos da vida, em muitas de suas circunstâncias, pelo que
ela pode proporcionar de máximo e de mínimo a cada um. Aprendendo a desvendá-los,
conseguiremos descobrir os segredos de sabedoria que neles e na vida se
ocultam.
Postado por José Morelli
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