Ao dedicar-se a seu bebê, desde o nascimento, a jovem mãe vai criando e desenvolvendo, em si, aptidões relacionadas a seu novo papel, complementando o filho ou filha em suas necessidades de alimentação, higiene, afeto. Pouco a pouco, vai se conhecendo melhor e a seu bebê, nas maneiras dele responder aos estímulos que provoca. Enquanto ela aprende com suas vivências, o nenê também vai fazendo seus registros e se preparando para, passados alguns meses, surpreender a todos mostrando do que foi capaz de assimilar e reproduzir. Tendo recebido, tantas vezes, colheradas de comida em sua boca, em dado momento, imitando o comportamento observado na mãe e, invertendo os papéis, o bebê surpreende, insistindo em colocar a colher na boca de outra criança ou de alguma boneca ou bichinho de pelúcia, simulando dar-lhes de comer.
Neste texto, a
palavra papel se refere ao papel teatral, do personagem representado por um
ator ou atriz. Tanto os papéis familiares como os papéis sociais possuem seus
complementares. O papel de pai ou de mãe é exercido a partir de sua complementaridade
com o papel de filho/filha. O papel de irmão ou de irmã também possui seu
script. Irmãos e/ou irmãs complementam-se em suas interações a partir de
expectativas, apreendidas do inconsciente coletivo da sociedade. Da mesma
forma, são exercidos os papéis complementares entre avós e netos/netas, netos e
netas entre si, tios ou tias e sobrinhos/sobrinhas e vice-versa, primos ou
primas entre si, sogro ou sogra e genro/nora, cunhados e cunhadas, namorados e
namoradas, compadres e comadres entre si, padrinhos ou madrinhas e
afilhados/afilhadas.
Quanto aos
papéis sociais, seria difícil enumerá-los a todos. Aqui estão alguns exemplos:
Ao papel de patrão, complementa o papel de empregado; ao de vendedor, o de
comprador; ao de agressor, o de vítima, ao de professor, o de aluno; ao de
proprietário, o de inquilino; ao de policial, o de bandido; ao de médico, o de
paciente; ao de gerente, o de subordinado; ao de motorista, o de passageiro; ao
de governante, o de cidadão; ao de senhor ou feitor, o de escravo.
Todo papel supõe
uma ação/atuação. Voltando-nos para nossas próprias vivências e refletindo
sobre elas, somos capazes de modificar-nos em nossas condutas, adequando-as ou
adaptando-as, desenvolvendo-nos em nossos padrões de comportamento tanto
individual como coletivo. Adquirimos novos status perante a sociedade, consolidando
nossa personalidade.
Postado por José Morelli
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