sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Espontaneidade

Uma qualidade de nossas ações, que revela o quanto somos ou estamos bem física e emocionalmente, é nossa espontaneidade. O movimento livre e harmonioso de nossos braços, de nossas pernas, de nossos olhos, de nossa boca (ao falar, cantar ou rir), de nosso corpo todo, a liberdade com que fluem nossos pensamentos, permitindo que nos manifestemos, com agilidade e de maneira adequada, sem enroscos, revela o bom estado de saúde em que nos encontramos.

A observação da espontaneidade e desenvoltura física e mental, portanto, é um meio para medirmos as condições de equilíbrio e de saúde de uma pessoa, bem como de seu desenvolvimento em cada etapa de sua vida.

O ambiente em que vivemos influencia na maneira como estruturamos nossa personalidade. Podemos adaptar-nos a ele ou adotar uma atitude reativa, comportando-nos de forma contrária à que ele apresenta ou impõe. Se nos damos a chance de conviver e interagir com pessoas que têm maneiras diferentes de pensar e de se comportar, podemos aprender com cada uma delas, assimilando naturalmente aquilo que gostamos e que combina com o nosso jeito de ser. Ampliamos assim nossa capacidade de responder às situações que, no futuro, nos esperam e teremos que enfrentar.

Ambientes em que predominam o fechamento, o medo e o preconceito não facilitam o desenvolvimento da espontaneidade. As crianças que neles crescem e vivem tendem reproduzir os mesmos modelos, encontrando dificuldades para se desembaraçarem, a não ser que consigam reagir drasticamente. Neste caso, correm o risco de não encontrarem o ponto de equilíbrio, que lhes permitiria de não se excederem. Fazem como o cavaleiro medroso que, ao subir no cavalo, por causa da ansiedade, não consegue firmar-se sobre ele, caindo do outro lado.

Cultivar a espontaneidade, exercitando-se para soltar o corpo é uma excelente proposta. Mais espontâneo e liberto, nosso corpo pode levar-nos a uma desenvoltura maior de nossa mente e de nossos sentimentos. O jogo e o brinquedo também podem nos ajudar nesse sentido. A maior parte das crianças pequenas são, naturalmente, espontâneas. Os receios e controles dos adultos não chegaram, ainda, a contaminar suas cabecinhas e seus corações. Brincar com os pequenos, envolvendo-se em suas atividades, ouvindo o que dizem, rindo e participando com eles, pode nos ajudar a tornar-nos mais flexíveis, espontâneos e, consequentemente, mais sadios.

Postado por José Morelli


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