quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Fobias

O dicionário “Aurélio” diz que fobia vem da raiz de uma palavra grega, cujo sentido é temer. O termo fobia é utilizado para designar diversas espécies de medo mórbido: horror instintivo a alguma coisa;  aversão irreprimível. O número de fobias é quase infinito. Os dicionários médicos assinalam muitas centenas. O medo de altura, por exemplo, é chamado de acrofobia; claustrofobia é o medo de estar em lugares fechados, como elevadores, casa que tem uma única porta, banheiros, etc.; agorafobia é o medo angustiante de lugares públicos e grandes espaços descobertos; é também, uma fobia a aversão por estar no meio de muita gente, o medo exagerado de chuvas fortes ou de se distanciar da própria casa e de pessoas em quem acredita dar-lhe segurança.

Muitas vezes, as próprias pessoas fóbicas percebem, que não existe proporção entre o que sentem e o que dizem provocar-lhes medo tão incontrolável. Percebem que o mesmo não acontece com a maioria das outras pessoas. Isso faz com que se sintam constrangidas, não conseguindo se justificar  perante si mesmas e perante os outros. Sentem-se envergonhadas e diminuídas, solitárias em seu sofrimento, não acreditando que possam contar com a solidariedade e compreensão sincera de ninguém.

A maior parte das fobias têm origem em experiências traumáticas vivenciadas, quase sempre, na infância. Essas experiências ficam no inconsciente, como que esquecidas. A dificuldade de lembrá-las é causada por um mecanismo de repressão e de defesa. Vergonha e culpa ficaram intimamente associadas a essas experiências, dificultando-as de tê-las de volta à consciência. Mesmo incomodando, o medo fóbico serve como defesa. É preferível conviver com ele, do que  enfrentar a conscientização da experiência traumática que lhe deu origem.

Acontece, às vezes, de o objeto da fobia mascarar outros conflitos, existentes na pessoa. Nestes casos, é preciso decifrá-lo para entendê-lo. O objeto fóbico teria alguma proximidade simbólica com o que verdadeiramente causa a fobia. O medo de facas, por exemplo, pode simbolizar o desejo inconsciente e reprimido de liberar o ódio e a agressividade contra o irmãozinho menor, que veio roubar-lhe a exclusividade do afeto, monopolizando a atenção de todos.

Postado por José Morelli


Nenhum comentário:

Postar um comentário