segunda-feira, 9 de setembro de 2024

100 anos de reconhecimento oficial como santuário

 

 

                                                     “Bendito seja o Santuário em que achei consolação

                                                      Meu Bom Jesus, o teu sacrário, deu-me a paz do coração”.

 

Foi no dia 20 de julho de 1909 que os redentoristas tiveram a confirmação, da parte de Dom Duarte Leopoldo e Silva, arcebispo de São Paulo, que a Igreja de Nossa Senhora da Penha se constituía como um Santuário Mariano na Capital Paulista.

                                                                                            SANTUÁRIO                       

                                                De Igreja a

                                                           De Capela a Igreja

                         De Ermida a Capela

 

Por toda uma história já vivida desde os primórdios, não havia dúvidas de que a Igreja de Nossa Senhora da Penha de França se constituía como um Santuário. A população católica da cidade de São Paulo já o havia elevado a essa condição. À autoridade eclesiástica só restava a alternativa de ratificar o que o povo, através de atitudes concretas, já havia estabelecido. Retomando a história, revemos alguns dos acontecimentos que fizeram parte da vida do Santuário até os dias atuais:

 

Em data anterior a 11 de fevereiro de 1667, a primitiva Capela de Nossa Senhora da Penha, mandada construir pelo Padre Jacinto Nunes de Siqueira tendo um curral ao seu lado, já se constituía como passagem de tropeiros e viajantes que iam ou vinham da Vila de São Paulo de Piratininga.

 

Quando a cidade de São Paulo sofria com epidemias ou secas, a Imagem de Nossa Senhora da Penha era levada à Catedral da Sé para que os fiéis fizessem preces especiais à Mãe de Jesus que intercedesse junto a Deus a fim de que protegesse a cidade e seus habitantes de todos os males.

Em retribuição a essas visitas da imagem, em setembro, quando aconteciam as festas em honra da Nossa Senhora da Penha, era a vez de os moradores dos quatro cantos da cidade virem ao Santuário da Padroeira para pedirem e agradecerem as graças recebidas.

 

O Príncipe Dom Pedro de Alcântara passando pela Penha de França, no dia 24 de agosto de 1822, instalou aqui o Paço Imperial assinando documentos que seriam enviados à Vila de São Paulo. No dia seguinte assistiu a uma missa na Igreja de Nossa Senhora da Penha. Alguns dias depois, a 7 de setembro, proclamou a Independência do Brasil às margens do riacho Ipiranga.

 

 

Quando da Revolução de 1924, o presidente do Estado de São Paulo Dr. Carlos de Campos veio se refugiar no bairro da Penha, instalando-se no prédio da delegacia que, na época, ocupava um sobrado localizado no Largo do Rosário, mais propriamente na Rua do Asilo. Bairros operários como o Brás e a Mooca sofreram violentos bombardeios. Em várias ruas na Penha foram cavadas trincheiras e o número de soldados bastante numeroso. Muitas famílias, com medo, deixaram suas casas e foram buscar refúgio em regiões mais seguras como a do Cangaíba e outras. Um acontecimento que poucos sabem, encontra-se narrado no Livro das Crônicas do Convento dos Redentoristas, Os padres, temerosos de que alguma bomba caísse sobre a igreja e destruísse a imagem de Nossa Senhora (talhada em madeira), colocaram-na em um barril, fizeram um buraco no quintal do convento e a enterraram ali, deixando-a até que a situação se normalizasse. Felizmente nenhuma bomba foi lançada sobre a Penha. O vigário, que era o Padre Antão Jorge, teve um papel heróico intermediando as informações entre o comando da revolução e o povo penhense que passava por graves necessidades. 

 

No começo da década de 80, uma das paredes laterais do Santuário de Nossa Senhora da Penha desabou por causa de infiltrações. As autoridades do município e da Igreja entenderam que a torre corria o risco de desabar. De comum acordo, decidiram que esta seria demolida. Em troca pelo terreno, a Igreja receberia da Prefeitura um outro em uma região mais distante da Zona Leste. A população do Bairro e da Região não aceitou essa decisão. Unida em torno desse objetivo, conseguiu impedir que a Igreja fosse demolida, podendo agora comemorar os seus cem anos de oficialização como Santuário. Dê uma passadinha lá e veja como ele está bonito. Seria uma grande perda se os penhenses não o tivessem defendido.

Postado por José Morelli

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