“Bendito seja o Santuário em que
achei consolação
Meu Bom Jesus, o teu sacrário, deu-me a paz
do coração”.
Foi no dia 20 de
julho de 1909 que os redentoristas tiveram a confirmação, da parte de Dom
Duarte Leopoldo e Silva, arcebispo de São Paulo, que a Igreja de Nossa Senhora
da Penha se constituía como um Santuário Mariano na Capital Paulista.
SANTUÁRIO
De Igreja a
De Capela a Igreja
De Ermida a Capela
Por toda uma
história já vivida desde os primórdios, não havia dúvidas de que a Igreja de
Nossa Senhora da Penha de França se constituía como um Santuário. A população
católica da cidade de São Paulo já o havia elevado a essa condição. À
autoridade eclesiástica só restava a alternativa de ratificar o que o povo,
através de atitudes concretas, já havia estabelecido. Retomando a história,
revemos alguns dos acontecimentos que fizeram parte da vida do Santuário até os
dias atuais:
Em data anterior
a 11 de fevereiro de
Quando a cidade
de São Paulo sofria com epidemias ou secas, a Imagem de Nossa Senhora da Penha
era levada à Catedral da Sé para que os fiéis fizessem preces especiais à Mãe
de Jesus que intercedesse junto a Deus a fim de que protegesse a cidade e seus
habitantes de todos os males.
Em retribuição a
essas visitas da imagem, em setembro, quando aconteciam as festas em honra da
Nossa Senhora da Penha, era a vez de os moradores dos quatro cantos da cidade
virem ao Santuário da Padroeira para pedirem e agradecerem as graças recebidas.
O Príncipe Dom
Pedro de Alcântara passando pela Penha de França, no dia 24 de agosto de 1822,
instalou aqui o Paço Imperial assinando documentos que seriam enviados à Vila
de São Paulo. No dia seguinte assistiu a uma missa na Igreja de Nossa Senhora
da Penha. Alguns dias depois, a 7 de setembro, proclamou a Independência do
Brasil às margens do riacho Ipiranga.
Quando da
Revolução de 1924, o presidente do Estado de São Paulo Dr. Carlos de Campos
veio se refugiar no bairro da Penha, instalando-se no prédio da delegacia que,
na época, ocupava um sobrado localizado no Largo do Rosário, mais propriamente
na Rua do Asilo. Bairros operários como o Brás e a Mooca sofreram violentos
bombardeios. Em várias ruas na Penha foram cavadas trincheiras e o número de
soldados bastante numeroso. Muitas famílias, com medo, deixaram suas casas e
foram buscar refúgio em regiões mais seguras como a do Cangaíba e outras. Um acontecimento
que poucos sabem, encontra-se narrado no Livro das Crônicas do Convento dos Redentoristas,
Os padres, temerosos de que alguma bomba caísse sobre a igreja e destruísse a
imagem de Nossa Senhora (talhada em madeira), colocaram-na em um barril,
fizeram um buraco no quintal do convento e a enterraram ali, deixando-a até que
a situação se normalizasse. Felizmente nenhuma bomba foi lançada sobre a Penha.
O vigário, que era o Padre Antão Jorge, teve um papel heróico intermediando as
informações entre o comando da revolução e o povo penhense que passava por
graves necessidades.
No começo da
década de 80, uma das paredes laterais do Santuário de Nossa Senhora da Penha
desabou por causa de infiltrações. As autoridades do município e da Igreja
entenderam que a torre corria o risco de desabar. De comum acordo, decidiram
que esta seria demolida. Em troca pelo terreno, a Igreja receberia da
Prefeitura um outro em uma região mais distante da Zona Leste. A população do
Bairro e da Região não aceitou essa decisão. Unida em torno desse objetivo,
conseguiu impedir que a Igreja fosse demolida, podendo agora comemorar os seus
cem anos de oficialização como Santuário. Dê uma passadinha lá e veja como ele
está bonito. Seria uma grande perda se os penhenses não o tivessem defendido.
Postado por José Morelli
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