segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Libido

 Esta palavra, emprestada do latim, é muito utilizada pela psicologia. Libido é o mesmo que desejo ou força que impulsiona o desejo. Toda libido tem um objeto para o qual se lança, à semelhança de uma flecha. Os anjinhos, chamados de “cupidos”, carregam um arco e flechas, com as quais ferem de amor os corações dos enamorados. Cupíditas é outra palavra latina que também significa desejo ou atração afetiva e sexual. 

A libido é uma energia, um dínamo, um motor que faz movimentar a vida das pessoas e, através destas, a vida do mundo. Pela libido, os humanos se desejam mutuamente, atraindo-se uns aos outros como ímãs. De nada valeria apenas a matéria se esta não pudesse se mover de um lado para o outro, se esta não pudesse se modificar a partir de alguma dinâmica interna, que a transformasse e a renovasse conscientemente.

Em cada ser humano a libido funciona utilizando-se da pessoa em sua totalidade: suas faculdades mentais e emocionais e seu corpo, com os cinco sentidos e todos os mecanismos, que fazem movimentar os diversos sistemas que nele atuam. À força do desejo, o corpo responde mobilizando-se através de ações concretas. A vida se faz sentir e se afirma, provoca emoções e encontra sentido no que lhe acontece. 

A libido é um grande bem da vida. Porém, como todo bem, esta força que impulsiona a vontade pode se orientar para direções opostas, tanto  no sentido da construção como da destruição. A libido não é a única força que faz movimentar a vida das pessoas. Por isso, esta precisa dividir seu poder com outras forças, como as da razão e do senso comum, a fim de que indivíduos e sociedade possam assegurar os melhores resultados no compto geral de suas trajetórias. 

No contexto histórico em que a libido se constrói, na vida de cada indivíduo, esta se defronta com situações que ou podem favorecer o seu desenvolvimento ou o podem prejudicar. Nem todos conseguem desenvolver uma capacidade libidinal equilibrada, capaz de facilitar as interações que estabelece com o meio em que vive. O querer o outro e o esperar dele reciprocidade pode se tornar dramático. 

Experiências negativas, vivenciadas nos primórdios da vida, podem marcar com inseguranças a projeção do próprio ser. O medo de não ser correspondido pode ser devastador. A inadequação do comportamento pode levar a uma sucessão de fracassos, que reforçarão, ainda mais, a falta de confiança de poder concretizar os próprios desejos.

Postado por José Morelli

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