É como se o
ego fosse uma bexiga e pudesse ser enchido ou inflado. Foi dito: “como se”, uma
vez que o ego não se constitui como realidade material, mas sim como uma
capacidade mental/emocional própria dos seres racionais. Com essa capacidade os
humanos captam e criam representações da realidade dando-lhe sentidos que passam
a servir-lhes como referência. O ego é a dimensão do que cada um pensa e sente
de si mesmo, de como é ou se apresenta a realidade existente fora de si e, por
fim, como se dá a interação entre ele próprio e os outros e com o mundo à sua
volta.
Um ego vazio
dá a sensação de fraqueza ou impotência e, consequentemente, de insegurança. Um
ego cheio dá a sensação de força e de poder perante si mesmo, perante o outro e
perante as condições com que se apresenta o mundo ou a vida fora. A segurança pessoal
depende de como o ego consegue ver e sentir a realidade nua e crua, despojada
de ilusões, sonhos e fantasias.
“Alimentar o
ego” é o mesmo que inflá-lo. Reconhecimentos na forma de elogios alimentam, dão
sustentação a ele. “Saco vazio não para em pé” é o que ensina a sabedoria
popular. O sucesso é o retorno daquilo que se faz. Fama, prestígio, riqueza podem
ser recompensas que alimentam o ego. Quem se encontra nutrido fisicamente tem
energia para gastar: correndo; trabalhando, se divertindo. Quem se encontra
nutrido psicologicamente tem energia mental/emocional para fazer as coisas com energia
e ânimo, empenhando-se em sua totalidade, com espontaneidade e criatividade.
Quem reconhece
e dá valor só às coisas materiais deixa de dar importância às realidades
imateriais ou que transcendem, ultrapassam ao físico. Esse não reconhecimento e
não valorização tem um preço. A falta do referencial espiritual impede o
desenvolvimento do ser humano em sua integralidade.
Pequenos gestos podem alimentar o ego: um olhar de atenção; um sorriso; uma palavra de estímulo ou de elogio; uma reflexão pessoal; a leitura de um texto capaz de ser entendido e que ajude numa maior compreensão de si e da vida; a superação de um problema de saúde ou de algum trauma psicológico; o reconhecimento objetivo das próprias limitações, a superação da tendência de fugir, de negar aquilo que desagrada ou causa algum incômodo.
Postado por José Morelli
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