Se eu não me levo à sério, como
posso esperar que os outros façam o mesmo comigo?... Levo-me à sério quando me
dou valor e importância pelo que sou e pelo que faço, seja considerado grande
ou pequeno. Aliás, como diz a sabedoria oriental: um quilômetro é feito de mil
passos. Cada um deles tem a sua fundamental importância na construção do
objetivo da caminhada, em sua totalidade.
Primeiramente, devo me levar à
sério pelo que sou; em seguida, pelo que penso e, por último, pelo que sinto. Essa
é uma tarefa que começa em meu juízo e em meu pensamento e que se reflete, instantaneamente,
em minhas sensações e sentimentos. Sou quem sou e como sou. Levo-me à sério aceitando-me
em minha realidade tal qual é. Levo-me à sério assimilando as experiências que
vivo a cada momento. De cada experiência vivenciada sempre alguma nova
constatação vem se somar aos meus saberes. Surpresas fazem parte da trajetória:
desafios a serem superados e transpostos.
Levo-me à sério nas trocas que
estabeleço com os outros em minhas interações. Tais trocas começam dentro de
mim. Trago, de mim mesmo e dos outros, imagens mentais que me servem à
preparação de como devo agir nas diversas circunstâncias. Dependendo de como são essas imagens mentais,
adoto posturas de ataque ou de defesa, destrutivas ou proativas.
Levo-me à sério nas palavras que
pronuncio, nas atitudes que tomo ou deixo de tomar. Cada sílaba pronunciada tem
sua devida importância. Cada gesto, por mais simples que seja, não deixa de
compor um conjunto expressivo de uma atitude a ser tomada. Nas brincadeiras, o
faz de conta é inerente às ações que delas fazem parte. Na vida real, no
entanto, é exigido um foco mais preciso, mais objetivo e coerente com a
seriedade e veracidade dos fatos e acontecimentos.
Levar-se à sério exige
reciprocidade de respeito da parte dos interlocutores. É imensamente nocivo que
nos induzam a fim de nos confundirem. Tratando-nos como se fôssemos de faz de
conta (de mentirinha), à semelhança do acontece com as novelas, apresentadas
como se fossem notícias e com as notícias, apresentadas como se fossem novelas.
Postado por José Morelli
Massa demais, obrigado pelo texto. Excelente.
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