Susceptível é a pessoa com susceptibilidade. Nossa pele é o maior órgão
de nosso corpo. Ela nos envolve dos pés à cabeça. Ela é, também, as fronteiras
que nos delimitam com o mundo externo, no qual vivemos e nos movimentamos. Ela
é o nosso posto mais avançado, mediadora de todos os nossos contatos físicos. Dentre
as peles que revestem os animais, a humana é uma das mais susceptíveis. Por
isso, nossa pele é uma das partes do corpo onde as alergias se manifestam em
maior quantidade e variedade. Quando queremos nos referir a pessoas que são
insensíveis, dizemos que estas parecem não terem pele de gente; mas epiderme de
elefante, grossa e intransponível.
No exemplo acima, susceptibilidade é essa disposição do organismo que
pode atingi-lo não só na pele; mas em outros órgãos do corpo, tornando-o vulnerável
a gripes, ao sereno e a certos medicamentos.
No plano psicológico, o indivíduo susceptível é aquele que facilmente se
sente ofendido: um olhar torto, uma palavra interpretada como censura é capaz
de derrubá-lo emocional e mesmo corporalmente. O mental e o corporal compõem um
todo e se interferem mutuamente.
Fragilidade e susceptibilidade podem se combinar. E ninguém ignora que
as crianças pequenas são frágeis e indefesas. Aos adultos cabe a tarefa de
protegê-las. Os ambientes familiares são a forma (molde) onde as crianças são
forjadas em suas personalidades básicas. É nesse meio que elas assimilam tudo o
que lhes é passado. A confiança e a insegurança, a sinceridade e a mentira, a harmonia
e a desarmonia, a tolerância e a intolerância formam o clima onde a criança
respira dia e noite e tendo que sobreviver.
Toda criança desenvolve mecanismos de defesas naturais. Pela força ou
pela fraqueza, a criança precisa desenvolver um mecanismo que a possibilite ter
condições mínimas de sobrevivência. O estado emocional acompanha o
desenvolvimento físico. O equilíbrio estabelece um critério sobre o que é sadio
e o que é doente (doentio). A realidade em seu todo compreende o positivo e o
negativo.
As palavras dirigidas - ou não - às crianças, a emotividade
experimentada pelos adultos frente às situações batem nos olhos, nos ouvidos e
na sensibilidade das crianças. Elas captam e absorvem e respondem de alguma
forma. Às vezes mostram externamente o que acontece no íntimo delas, outras vezes trancam-se
em si mesmas e sofrem caladas e sozinhas.
Postado por José Morelli
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