Esse é um fenômeno comportamental
que acontece com relativa frequência. É até mesmo provocado, com exímia eficácia,
por teatrólogos e diretores de novelas. Inadvertidamente, os espectadores se vêm
envolvidos nas tramas, vivenciadas pelos atores, sentindo intensamente as
mesmas emoções dos personagens, magistralmente interpretados por estes.
No faz de conta é assim que
funciona. Na vida real, o colocar-se no lugar do outro tem um nome bem
apropriado, que é o de EMPATIA. Essa capacidade humana, assim chamada, pode ser
provocada por uma aguda sensibilidade e coragem, que permite à pessoa de não só
se perceber em suas próprias fundamentações e razões; mas, também, perceber as
razões que determinam a resposta emocional do outro. Não se trata de uma
mistura de sentimentos difusos. A empatia funciona como um sinal de alerta, que
ajuda no discernimento da realidade em sua maior abrangência. Entendida dessa
forma, a empatia se constitui como uma virtude ou qualidade humana.
No entanto, se o sentir-se no
lugar do outro advém de uma vulnerabilidade, de uma fraqueza de personalidade, esse
fenômeno comportamental já não pode ser considerado uma virtude. As sensações
se misturam e torna-se difícil à pessoa distingui-las entre si. No lugar de se
poder ter um maior governo da situação; o que acontece é um descontrole, uma
perda da própria identidade na identidade do outro. Essa fraqueza é perigosa. Pessoas ardilosas
conseguem comover e mover corações, extorquindo ajudas (esmolas) indevidas,
mediante chantagens bem ou mal arquitetadas.
Nas discussões, a empatia é
fundamental a fim de que estas se tornem produtivas de fato. Sejam em
discussões que envolvem indivíduos ou aquelas que envolvem grupos (coletivos),
a empatia ajuda no bom entendimento da realidade em sua integralidade. Os
apegos a umas ou a outras razões podem ser devidamente desvendados. O que
importa não é o ego dos envolvidos nas discussões; mas qual a realidade dos
fatos e o que está em jogo de se perder irremediavelmente.
Postado por José Morelli
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