Nem sempre os caminhos
aparentemente mais fáceis são os melhores a serem seguidos. Um grupo que
consegue reunir pessoas com características de personalidade e de formação
diferenciadas é, potencialmente, mais capaz de conseguir melhores resultados,
que atendam às necessidades e anseios da maior parte de seus membros.
No convívio familiar, aprender a
conviver com as diferenças nas maneiras de pensar, de sentir e de agir,
próprias de cada componente do grupo, interagindo de forma proativa e sabendo
dar a oportunidade de que manifestem suas idéias e vontades, é garantia de
maior satisfação e progresso pessoal e grupal.
As leis da matéria são
intransigentes: dois corpos não podem, num mesmo momento, ocupar o mesmo lugar
no espaço. A vida humana, no entanto, não se constitui apenas de matéria. A
fixação nesta, ao mesmo tempo em que pode servir de base e suporte à ação é,
também, fator de impedimento e limitação à mobilidade e a avanços em mais e
melhores direções.
A sociedade humana se apresenta
de forma heterogênea, isto é: as pessoas nascem e se desenvolvem com traços de
personalidade bastante diferenciados entre umas e outras. As idéias de fabricação
de humanos em laboratório, produzidos a partir de programas de computador, de
modo a que indivíduos e grupos sejam utilizados para a execução de tarefas
específicas, parece ser mais uma utopia maluca, criada faz algumas décadas por
mentalidades inseguras e paranoicas.
O ensinamento de que homens e
mulheres sejam dotados de livre arbítrio evidencia a coragem d’Aquele que foi e
é o responsável por assim constituí-los. Para se garantirem do poder, os que o
detêm no mundo se mostram intolerantes com os que se lhes apresentam como
diferenciados. Sentem-se ameaçados por aqueles que não se mostram como sendo às
suas imagens e semelhanças. Fazem, destes, inimigos em potencial pelo simples
fato de existirem. Através da força física e das armas buscam o controle social,
apostando e fomentando o medo como meio para atingir esse controle. Não
acreditam no desenvolvimento da inteligência e da mente livre. Esta é vista e
sentida como um risco diante do qual a humanidade não pode e não deve se expor.
A proposta de se buscar a unidade
na diversidade é o caminho de mão certa para todos os grupos, desde o familiar
até o das grandes potências mundiais em suas relações entre si e com as
múltiplas sociedades, por mais diferenciadas que se apresentem em suas maneiras
de pensar, de ser e de agir.
Por José Morelli
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