segunda-feira, 31 de julho de 2023

Antigo ramal ferroviário da Penha

Saindo da linha tronco da então denominada Estrada de Ferro do Norte - hoje Central do Brasil, na altura aonde, alguns anos depois, veio a ser edificada a Estação Guaiauna (depois chamada de Carlos de Campos), o ramal ferroviário da Penha vinha até a Estação Penha, próximo da atual Rua (ladeira) Coronel Rodovalho. Sua extensão era de 1.240 metros. Inaugurada por volta do ano de 1875, sua construção atendia à demanda da grande quantidade de romeiros que, vinda da Estação do Norte, no bairro do Brás, se dirigia à igreja e ao centro do bairro da Penha, principalmente nos meses de setembro, quando aconteciam as famosas festas em honra de Nossa Senhora da Penha, popularmente reconhecida como Padroeira da Cidade de São Paulo. O ramal e a estação foram desativados com a vinda do bonde, em 1901.

Mesmo depois da desativação da Estação Penha, parte desse ramal foi utilizada para transporte e lavagem de vagões de gado. O local em que era feita essa higienização ainda traz marcas desse passado histórico. Dele faz parte uma área ocupada por uma casa (com data de 1938) e por um terreno densamente arborizado. Trilhos e outros assessórios ainda podem ser encontrados ali. Bem próxima da Estação Penha do Metrô, na Avenida Orêncio Vidigal, toda essa área se encontra jurisdicionada pelo Ministério da Agricultura.

Trata-se, portanto, de um espaço público que guarda parte da história do bairro da Penha, da Zona Leste e mesmo da Cidade de São Paulo. Somando-se a outros (poucos) patrimônios históricos do bairro que ainda restam, esse espaço merece carinho e atenção dos penhenses e das autoridades responsáveis. Já existem propostas quanto a uma dinamização de toda essa área. Não há garantias de que o espaço verde que ali se encontra esteja devidamente preservado. Quando foi da ocupação de áreas nobres próximas dali, a Penha abriu mão delas a fim de que fossem construídos os piscinões. Será que a Penha não merece investimentos que a façam valorizada, disponibilizada em seus espaços para que a população viva melhor e com mais saúde e qualidade de vida, física e psicológica? É preciso que a comunidade se mobilize e reivindique junto aos poderes públicos insistentemente, sem esmorecimentos!    

Postado por José Morelli

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